quarta-feira, 28 de outubro de 2009
A frase do Millôr responde
JORNALISTAS e jornalistas
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Gols radiofônicos e o Pai da Matéria
Por recreio e obrigações paternas, estive em Sampa neste fim de semana. Lá pelas 5 e pouco da tarde, saí da Vila Mariana para voltar aos Crepúsculos. O Tricolor e o Peixe duelavam num cotejo eletrizante na Vila.
Ligo o rádio do carango e logo sintonizo a Transamérica FM. Estou no Paraíso e a voz vibrante de Eder Luiz cantava o placar de empate em dois gols.
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Entrevistas, vinhetas e gols do Peixe
sábado, 24 de outubro de 2009
Twittadas gramaticais
Sem nenhum juízo de valor, só a reprodução das twittadas entre este parvo blogueiro e o paulistano tradicionalíssimo, Andrea Matarazzo.
@AndreaMatarazzo A coluna da @DoraKramer de amanhã será sobre a entrevista de Lula onde ele faz todas aquelas elocubrações, inclusive sobre Cristo.
@LauroSanja Permita-me, Secretário: elUcubrações é o certo. Tem um "o" intruso aí.
@LauroSanja Educadamente, corrigi @AndreaMatarazzo que grafou "elOcubrações" num post. Ele nem aí. O errado deve ser eu que ignoro os dialetos italianos.
@AndreaMatarazzo Eu usei esta palavra?
@LauroSanja Sim, num post sobre a coluna da @DoraKramer
@AndreaMatarazzo Foi um RT. Eu não uso esta palavra e se usei teclei mal.
@LauroSanja Só implico pelo bem da língua pátria, já tão maltratada na internet.
@AndreaMatarazzo E como se escreve? É com "u"?
@LauroSanja Sim, com "u", segundo Aurélio, Houaiss e outros.
@AndreaMatarazzo Super obrigado.
@LauroSanja É um prazer, Secretário. Ninguém está livre de lapsos. Abraços
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Macaúbas em estado de graça!
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) fez um levantamento para ranquear as melhores cidades brasileiras em qualidade de vida. Dos mais de 5.000 municípios brasileiros, podemos dizer que os primeiros 1% (50) são a elite da elite. E...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Fake
A foto do perfil era simpática (digite "Nelson Nicolau" no Google Imagens): o prefeito de camiseta azul, óculos de sol e sorriso aberto. No background, uma bacana imagem da nossa estação ferroviária. Na curta "bio", uma declaração de amor à cidade. Nos posts iniciais, a empolgação por inaugurar um novo canal para falar com e ouvir a população.
Pela facilidade com que os falsários agem no mundo virtual, resolvo dar uma checada se o nosso prefeito virou twitteiro mesmo.
Sonho breve de uma tarde de primavera!
Ana Paula Fortes, assessora de imprensa da Prefeitura, dá a triste notícia: o perfil @nelsonicolau é falso, ou fake como gostam de digitar os twitteiros.
Divulgo a fraude para meus followers e o brincalhão deleta a conta.
Felicidade e tristeza. Feliz por desmascarar o empulhador, mas triste por descobrir que o Nelson, ainda!, não vai twittar com a plebe crepuscular. O "ainda", esperançoso, é por minha conta.
Em tempo: gentleman, como sempre, o prefeito agradeceu este blogueiro de viva-voz pelo restabelecimento da verdade.
http://twitter.com/LauroSanja
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Sou cego, mas não sou surdo
O sotaque inconfundível e a boa prosa entregam: ele é mineiro, uai!
Há 21 anos, o rebento primogênito do seu Alípio e da dona Antônia nascia na minúscula localidade de Carvalhos que, segundo o São Google, fica perto da turística e nem tão minúscula Caxambu.
Cristiano de Jesus Andrade veio ao mundo com baixa visão, o que lhe permitiu, até os sete anos, ver cores, distinguir formas e semblantes de pessoas.
Sem recursos, numa cidade provinciana, a humilde família de origem rural resignava-se com as parcas explicações dos médicos locais. O “problema na vista”, que é como os pais se referiam à patologia do menino, só foi corretamente diagnosticado muitos anos depois, com Cristiano já maior de idade e morando em Poços de Caldas. Os oftalmologistas apontaram que ele padecia de uma atrofia no nervo ótico.
Aos 12 anos, a pouca claridade virou escuridão total. E com a escuridão, veio o desespero dos familiares e a revolta do garoto Cristiano. Os pais não aceitavam o doloroso carimbo de cego: “Meu filho tem um probleminha na vista, enxerga pouco”.
A imensa aflição pela deficiência irreversível levou os Andrade a procura de curas menos ortodoxas: benzedeiras de vários credos, novenas pra todos os santos, simpatias de todos os tipos, enfim, a busca de um milagre. Nada!
Como a doença começou a se agravar no início de sua idade escolar, e a diminuta cidade não tinha classes destinadas ao ensino especial, até os 14 anos foi alfabetizado pela mãe. Dedicada ao filho e lutadora, dona Antônia fez o que pôde para “mostrar” as primeiras letras ao filho, mas não tinha o preparo adequado para ensinar deficientes visuais.
Ciente das suas limitações e das prementes necessidades escolares de Cristiano, a mãe pediu ajuda e família e amigos se mobilizaram para que Carvalhos recebesse um mestre capacitado no ensino do alfabeto Braille. E conseguiram: a APAE local implantou uma classe para deficientes visuais.
Sedento para sorver os caracteres do novo mundo, Cristiano aprendeu o alfabeto Braille em um mês. A logística do leva-e-traz obrigou os Andrade a engordarem as estatísticas do êxodo rural.
Rápido no gatilho do verbo, o menino assobiou, deu uma erguidinha no chapéu com o indicador e decretou para mãe num tom Giuliano Gemma: “Mãe, leio e escrevo como poucos, Carvalhos ficou pequena demais para mim”.
Sábia, dona Antônia é daquelas que criam os filhos para o mundo. Corajosa, “deportou” o filho para Poços de Caldas, onde ele, com o auxílio da Associação de Assistência aos Deficientes Visuais (AADV), concluiu o ensino básico e o médio. E mais, na AADV aprendeu as técnicas de enfrentar a selva urbana de bengala. Nas aulas de informática, caramba!, descobriu um software que transforma texto em áudio.
Multimídia na cosmopolita Poços, Cristiano também fez aulas de canto para entoar os sucessos sertanejos que embalaram sua infância rural. Com a voz treinada, não maltratava ouvidos alheios ao se aventurar pelos versos de Pena Branca e Xavantinho, Tonico e Tinoco, Mococa e Paraíso...
Da época em Poços, ele permite a divulgação de duas passagens cômicas.
Uma. Ele desce do ônibus no terminal e pede ajuda ao primeiro que “vê” para atravessar a rua. Esta boa alma aquiesce e o conduz até o meio da via quando, estimulada pelo elevado grau etílico, começa a bradar num timbre neopentecostal: “Santa Luzia, devolve a vista do moço!” A movimentada Assis Figueiredo parou esperando a cura milagrosa.
Duas. Outra boa alma, desta vez uma alma de saia e perfume doce, no mesmo auxílio da primeira história, ao chegar do outro lado da rua faz uma proposta um tanto libidinosa. Atônito, ele ainda foi tranqüilizado pela alma lasciva: “Podemos ficar numa boa lá em casa. Meu marido está viajando”. Cristiano jura que não freqüentou o leito da alma fogosa.
Como todo jovem vestibulando, o mineirinho queria o melhor ensino e o custo zero das universidades públicas. Não passou em nenhuma delas. Na de São João Del Rey, lamentou o 38° lugar de 35.
Como Psicologia era o curso desejado, uma amiga deu a dica: “Embarque no Cometa, desça a serra, cruze a fronteira e quando, em plagas paulistas, encontrar um recanto de serras verdejantes e belos crepúsculos, pare, respire o ar da Mantiqueira e procure a UniFAE”.
Procurou e achou. Aprovado no processo seletivo e já entorpecido pelas águas do Jaguari, ele reivindicou e, com justiça, conseguiu uma bolsa integral para cursar a universidade.
Academia garantida, ele carecia de uns trocos para custear pão e teto. Com a ajuda de uma amiga que fornecia a mercadoria, ele passou a mascatear pela Dona Gertrudes e adjacências. Vendia trufas.
Numa destas mascateadas numa loja de roupas, o supervisor, surpreso pela forma altiva e pouco “coitadinha” que ele oferecia seu produto, fez uma proposta de trabalho.
Hoje, morando sozinho em uma quitinete no centro da cidade, Cristiano ganha o sustento com muita competência na rede de lojas Zer0800. Satisfeito e querido pelos colegas, ele trabalha na área de telemarketing e entra ao vivo, por telefone, em diversas rádios da região com flashes publicitários da rede.
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