sábado, 18 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
Macaúbas desinformadas
Desinformado, como a maioria da população sanjoanense, embarco atrasado na polêmica sobre o aumento de cadeiras na Câmara Municipal. Como cidadão, antes da aprovação do inchaço, gostaria de ver o assunto ser debatido pela sociedade. Como usuário das redes sociais, principalmente o Facebook, lamento que o tema só tenha chegado lá depois da aprovação. E por que a população cochilou? Por que o tema não foi pauta de destaque na imprensa sanjoanense? Equívoco não intencional ("barriga" no jargão jornalístico) ou omissão deliberada? Segundo o presidente da Câmara, Francisco Arten, todos os projetos de lei, requerimentos, enfim documentos a serem votados nas semanas posteriores, têm o seu teor enviados a todos os órgãos de imprensa locais às sextas-feiras. Se a imprensa local recebeu a informação da Câmara e não publicou, de duas, uma: ou cometeram uma "barriga" monumental ou se omitiram por interesses mal esclarecidos. Prefiro acreditar na primeira hipótese. Da parte da Câmara, o presidente Arten disse que estará na Rádio Piratininga na próxima terça-feira para falar sobre o assunto. E a imprensa?
Em tempo: 10 vereadores, pelo tamanho da cidade, são mais do que suficientes para uma boa representatividade do eleitorado. R$ 1.000.000,00 (o valor do gasto com 7 vereadores em 4 anos) serão mais bem empregados se investidos para suprir carências da cidade. Tudo o que o sanjoanense não quer é ter o seu Legislativo inchado, ainda mais quando esse inchaço não foi precedido de uma ampla e democrática discussão popular.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Copa na Paulicéia
Ter espaço durante alguns anos em periódicos da província pode provocar enganosas impressões em leitores desavisados sobre a inépcia do escriba.
Tarde destas, um destes pobres incautos que me acha dotado de amplos conhecimentos, quis saber a minha opinião sobre a Copa 2014 em terras brasucas.
Indolente e bronco de marca maior, respondo tardiamente, mas falando só da minha aldeia.
Algumas notas sobre a Copa 2014 em São Paulo:
1. O alijamento do Morumbi como arena paulista para o Mundial 2014 foi uma manobra de bastidores ardilosamente engendrada por Ricardo Teixeira, pelo corintiano Andrés Sanches e pelo todo-poderoso secretário-geral da FIFA, Jèrôme Valcke. O enredo velhaco só obteve êxito porque contou com a omissão deliberada do ministro Orlando Silva e do governo de São Paulo;
2. A rejeição ao Morumbi, um estádio 100% privado que não teria um centavo de dinheiro público a fundo perdido para se adequar às exigências da FIFA, é uma afronta à boa gestão das finanças públicas;
3. O futebol de primeiro nível movimenta uma montanha de dinheiro no Brasil e no mundo. Num país como o nosso, com as nossas carências, é uma zombaria injetar dinheiro público para construir e/ou reformar estádios;
4. O Fielzão, ou o Itaquerão, essa aventura faraônica de um bando de desmiolados, tem enormes possibilidades de jamais sair do papel. E, se sair, contará com a sangria criminosa dos cofres governamentais. Serão recursos públicos irrigando investimentos particulares;
5. É fato que o Morumbi de hoje carece de muitas adequações para receber jogos de uma Copa do Mundo, mas é fato também que o projeto de reforma do estádio de autoria do genial Ruy Ohtake ―repito, sem dinheiro público― colocaria o Cícero Pompeu de Toledo no panteão das arenas mais modernas do planeta;
6. Fosse mais cheio de brio, o governo bandeirante deveria bater o pé e não abrir mão do Morumbi para a Copa 2014. Contaria, certamente, com o amparo da maioria dos paulistas. E, pela pujança econômica e representatividade do estado, FIFA e CBF, mais hora, menos hora, se curvariam aos anseios de São Paulo;
7. Acho uma bobagem essa coisa de bairrismo e de acirrar rivalidades entre RJ e SP, mas existe um núcleo forte de cariocas no Comitê Organizador da Copa que quer minimizar a participação de São Paulo no evento, vide o caso do Morumbi, a escolha do Rio como sede do Centro de Mídia do Mundial e as constantes ameaças de tirar da capital paulista o cotejo de abertura;
8. Com muita propriedade, Juca Kfouri grafa no seu blog: “São Paulo deveria fazer valer a máxima do lema de sua capital, ‘Non ducor, duco’ (‘Não sou conduzido, conduzo’) e determinar à Fifa e à CBF que ou as coisas seriam feitas como se deve ou São Paulo abdicaria da Copa”.