domingo, 12 de maio de 2013

FIUCA, para todos

vó Fiuca
Quero homenagear as mães, TODAS, especialmente a minha, falando da mãe dela: vó FIUCA.

FIUCA é o apelido de infância de Ordália Figueiredo Ribeiro Bittencourt. Cognome este que extrapolou a intimidade dos próximos para deixar Ordália só no papelório da vida civil. FIUCA, para todos!

Convivi com ela até os meus doze anos. Intensamente!

Generosa! Trabalhadora! Uma mulher itinerante, viajante por vocação!

Muito, muitíssimo me influenciou! Aprendi com ela o equilíbrio entre trabalho e prazer.

Foi dos maiores nomes da alta costura de Sanja nos anos 1960/70. Do seu atelier, sempre na Tereziano Vallim, saíam os modelos sob medida que bem vestiam as damas da sociedade crepuscular.

Dedicava uma tarde semanal para coser em prol de entidades assistenciais.

O dinheiro que vinha da sua arte tinha destino: comer bem, mimar os netos e viajar. Viajar muito, pelos prazeres do turismo e pela afeição à família. Não tinha distância que a impedisse de rodar para abraçar irmãos e sobrinhos.

Em 1982, disse o neto numa crônica, ela foi costurar para os anjos na eternidade. Mais do que isso, completa o mesmo neto, as plagas celestiais nunca mais foram as mesmas depois da chegada da festeira e peregrina FIUCA.

Saudade, vó, saudade!

6 comentários:

Marcia Cavalheiro disse...

Grande Tia Fiuca, tive o imenso prazer de participar de sua vida, viajava com ela e vovó Dina para festas em Goiania, meu primeiro show do Roberto Carlos foi ao lado dela no Cic em São João da Boa vista, na primeira fila é logico , com seu jeitinho, falamos dela ontem comentando do show de sexta, saudades !Lauro aqui todos me chamam de Fiuca, e sinto muito orgulho disso , pois sei o quanto todos gostavam dela, meu jeito é assim : festeira, familia, adoro ajudar e viajar muito, como era Tia Fiuca.

tycyna disse...

Falar e ouvir histórias da Tia Fiuca é sempre um prazer para todos nós. Esta que a Márcia nos contou da primeira fila do show do Roberto Carlos, tinha que ser junto com a Tia Fiuca.
Tia muito querida por todos.
Abraços
Patricia C. A. (Tycy)

Eloísa Castroviejo disse...

Não tem como ler e não encher os olhos de lágrimas, que saudade da minha tia Fiuca, quando ela chegava em Goiânia era só festa. Nossa vida naquela época era de muita dificuldade financeira e ela nos supria de tudo, das coisas mais simples, tinha uma sensibilidade que nunca vi em NINGUÉM, o jogo de cama que temos até hoje, o mais lindo foi dado por ela, nos levava para passear em lugares maravilhosos, mas o nosso amor por ela era além das "coisas" que ela nos dava. Quando jovem o nosso destino era São João para passar o carnaval, na companhia do Toni , Lucia e Mariane, eram os dias mais alegres da nossa vida, chegávamos de manhã dos bailes e logo tínhamos que acordar pois o nosso roteiro do dia já estava traçado, lógico que na companhia do querido Zé Pedro. Tenho muita saudade da tia Fiuca e muita pena de quem não a conheceu, eu, assim como nossa prima Márcia, muitas vezes sou chamada de FIUCA e tenho muito orgulho disto. Ela é uma das pessoas que quando leio esta frase me lembro muito: " como seria bom se Deus, por descuido, a deixasse aqui eternamente".

Flavia Borges Manzano disse...

Querido Lauro,

Seus comentários demonstram um coração amoroso e sensível. Perceber e relatar em Dona Fiúca tantos exemplos e influências importantes, muito bonito.

Como transmitir esta sensibilidade aos - bem - jovens, estes valores, num tempo onde tudo é instantâneo e transitório, tudo ocorre num clicar de tela, tudo virtual?

Tenho filhos maravilhosos, graças à Deus, mas parece 'não terem tempo' para a contemplação da tradição, das estações do ano, da história de seus antepassados e também da dos presentes... rsrs, das raízes que dão sustentação e diretriz a tudo na vida.

Oxalá seja preocupação - em excesso, releve, por favor - e incompreensão pelo tempo - diferente - de minha ida geração, já distante dos igualmente corridos vinte anos de então.

Obrigada por ouvir o desabafo, em forma de quase súplica... de mãe, em Dia das Mães, tocada irrefutavelmente pela responsabilidade da árdua missão.

Da prima com muito carinho por todos em SJBV,

Paula Castelli disse...

Adorei :)
Saudades da Dona Fiuca...

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Dona Fiuca fez história em São João. Não a conheci, mas minha mãe por várias vezes comentou sobre seu talento como modista, em nostálgicos tempos das plagras crepusculares. Bela e merecida homenagem.