sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Progetto Pizzeria

Molecada talentosa, agitada, ousada, inovadora. 

Jorge, 25, curte cozinha e se arvorou a brincar com levain. A ideia inicial era usar o fermento natural em pães. A brincadeira gostosa se estendeu às pizzas. Amigos e família: “Que massa é essa!”. Moisés, 26, amigo de infância de Jorge: “Que coisa deliciosa! Vamos abrir uma pizzaria!?”. Isabella, 23, namorada de Jorge: “Eu tô dentro”. Eduardo “Du Comidaria” Pradella, um velho senhor de 35 anos, chef que tem experiências do Velho Mundo na bagagem, se juntou ao trio para dar forma ao quarteto Progetto.

 

Passados alguns meses em instalação provisória e ajustando a operação, a Progetto Pizzeria tá na área, arredondando paladares, só no delivery, fazendo a chamada pizza neo-napolitana, que segue a tradicional da Bota em muitos preceitos —massa de longa fermentação, preparo do molho, tamanho do disco, borda e temperatura do forno—, mas que arrisca algo fora da rigidez das redondas vero napoletanas. O baita forno que chega a 400°C é a gás, no entanto não prejudica o [belíssimo] conjunto final. Alguns sabores são um tanto fora do convencional, porém não bizarros, se comparados às ortodoxas de Napoli. 


Ouçam duas das doze melodias das bordas tostadinhas: 1) molho de coalhada, mozzarella, bacon artesanal, parmesão, gema, pimenta do reino e azeite. Carbonara é o nome da redonda. 2) Mais uma: Amatriciana tem no disco, prestenção!, molho de tomate, mozzarella, parmesão, bacon artesanal, cebola roxa, salsinha, azeitona preta, pimenta do reino e azeite.

Catupiry, frango, filé, milho, batata frita… Quer algum destes ingredientes na pizza? Sorry, guys, peçam em outro lugar.


Sextas e sábados, a partir das 18h30

Pedidos: telefone e site

(19) 99834-9169

clique aqui e peça 



terça-feira, 27 de outubro de 2020

Frutas Del Bosque

O amigo crepúsculo-argentino, Alberto Umhof, radicado nestas plagas macaúbicas desde 2000, empreendeu por duas décadas no segmento de telecomunicações. Foi ele o fundador da conhecida BVCi. Vender a empresa para um grande grupo poderia sinalizar um merecido retiro dolce-far-niente. A curtição veio com um sítio no topo da Serra da Paulista. O dulçor veio com um pomar de amoras e framboesas. O fazer nada não vingou. Apaixonado pela nova propriedade, Alberto e a mulher Graciela adiaram a aposentadoria para cultivar frutas vermelhas na geografia serrana que tanto seduz nesta província abençoada pela divindade da natureza. Frutas Del Bosque é o nome do selo que embala as deliciosas frutas rubras que servem para sucos, geléias, caldas, saladas etc, e que também têm na cor, nos sabores e nas formas sutis apelos eróticos. 


O post é ilustrado com a obra do chef Jose Luiz Gabriel da Doce Vida: a clássica pavlova, cujo leve suspiro é recheado com creme pâtissier e coberto com calda de amoras e framboesas. Frutas vermelhas frescas finalizam a sobremesa.



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Frutas Del Bosque: 19 3636-4611 // 19 98184-8394

Doce Vida: 19 98194-0091

sábado, 24 de outubro de 2020

Ciao Gelato & Caffè

O forte sotaque paulistano entrega que Marília, a cidade, só ouviu o primeiro choro de Paulo. Na capital ele brincou, cresceu e fez a vida. O casamento com a sanjoanense Luiza fez ele se apaixonar também por este irresistível pé da Mantiqueira. Morar em São João veio como um imperativo do coração e como um desejo de dar qualidade de vida à filha Helena.


Brilhando de tão nova, a Ciao Gelato & Caffè, by Paulo e Luiza, foi concebida num caldeirão que mistura este torrão serrano com experiências gastronômicas notadamente italianas. Sorvete e café feitos seguindo os preceitos da Bota sem medo de mesclar com cores, temperos e ingredientes regionais.


Doce de leite Montezuma, milho e geleia de Águas da Prata, pães da Ueba e da Nita, amora da Serra da Paulista, queijos Roni, café de São Sebastião da Grama...


Na Durval Nicolau, o lugar gostoso, moderno, claro, arejado e acolhedor tem destas cercanias montanhosas muito, mas muito mais do que uma Boa Vista.


🍦☕️🍦☕️

Av. Durval Nicolau, 698

São João da Boa Vista, SP

sábado, 10 de outubro de 2020

Banana Split


Minha vó Fiuca, fim dos anos 70 até o começo dos 80, era assídua freguesa das Lojas Americanas de Campinas e Ribeirão. Era um conceito moderno de comércio para a época. Dentro da loja, eu achava o máximo, havia lanchonetes. Foi numa das Americanas que tomei –depois, óbvio, de um hambúrguer– minha primeira Banana Split, naqueles balcões típicos norte-americanos. Em São João, puxando as lembranças, tomava Banana Split no Tekinfin, na Dona Angelina, na Bambi... 


Hoje em dia, vez ou outra, revisito nostalgicamente essa taça tão clássica na não menos clássica Sorveteria Macaúba. Gosto do desenho tradicional com as bolas de chocolate, nata e morango.


Geograficamente, venço um quarteirão até a Macaúba; afetivamente, volto quarenta anos atrás.

Yuzu

Na Liberdade. A indicação e a companhia de uma amiga que conhece boa comida. Numa das mesas, um distinto senhor oriental empunha os hashis com a habilidade de quem sabe. A fachada não chama a atenção, tampouco há glamour no sóbrio interior que remete a um Japão mais tradicional. Não quero shopping, não quero restaurantes bacaninhas de rede e sabor industrial. Quero Liberdade! Quero Bom Retiro, quero Centro, quero Moóca, quero Vila Sônia, quero Freguesia do Ó, quero Brás... quero restaurante de rua!

Pizza feelings


A paixão por pizza já me fez cometer algumas loucuras. Numa viagem de trem de Roma a Pompeia, a escala de hora e meia em Napoli não me impediu de sair da estação tresloucadamente pelo Centro da cidade —que eu não conhecia— única e exclusivamente para comer redondas na capital delas. Era um domingo e a intenção eram os discos da lendária Da Michele. A famosa pizzaria do filme “Comer, Rezar e Amar” estava fechada, o que aumentou a ansiedade deste roliço escriba. O Google contou que nas proximidades a Trianon da Ciro seria tão boa quanto a Da Michele. E foi! Enquanto comíamos, eu e Josi, a melhor pizza de nossas vidas, meu olho estava no relógio dividindo a atenção com o pizzaiolo que não parava de falar o quanto ele idolatrava o centroavante Careca, que fez com Diego Maradona a dupla mais infernal da história do time napolitano. Chegar esbaforido de volta ao terminal Napoli Centrale não foi nenhum incômodo depois daquela inesquecível pizza tão marcante quanto as incríveis ruínas de Pompeia.

Desde aquele março de 2014, buscar pizzas “vero napoletanas” passou a fazer parte da cesta básica da existência deste compulsivo cronista. Comi algumas realmente boas em outra viagem à Itália, em New Haven (EUA) e também em São Paulo na Napoli Centrale —olha o nome aí de novo— do Mercado de Pinheiros. No último mês de 2019 descobri uma “vero napoletana” não tão longe de casa. A Hannds de Mogi Mirim, antes da pandemia, me botou meia dúzia de vezes na estrada para devorar suas fantásticas e corretíssimas redondas. O isolamento pelo vírus maldito tirou violentamente a Hannds dos nossos deleites de outono e inverno.

Nesta primavera nascente, Josi foi a Mogi Mirim por motivos originalmente não tão prazerosos e, glória!, retornou com o carro revisado e com quatro lindezas napolitanas da Hannds que foram dignamente reavivadas no nosso modesto forno doméstico. Meu doloroso interregno acabou, acreditem!, na mesa de afetos da Tereziano Valim.