domingo, 21 de junho de 2020

Sanja Fried Chicken

Em razão de princípios morais, éticos, religiosos e gulosos, aceito ofertas para experimentar e opinar sobre comidas da província. Por alguma estranha razão, gostam que eu fotografe e escreva em cima daquilo que provei. Por alguma estranha razão, eu gosto da missão a mim confiada. Nessa militância gastronômica, me considero um sujeito afortunado por aprovar a maioria do que me oferecem. Algumas vezes, a coisa é abaixo do decente. Quando isso ocorre, privadamente dou um feedback sincero ao ofertante e não espinafro ninguém publicamente nas minhas mídias.

Confesso que às vezes não boto muita fé no “você nunca comeu nada igual”. Nestes casos, minha intuição costuma funcionar. Sim, também quebro vergonhosamente a cara nos pré-julgamentos.

Então…

Não sou um fã ardoroso do frango frito do KFC. Prefiro mais o nosso franguinho frito, bem temperado e sequinho, sem empanar. Também sei da complexidade de fazer bem feito a especialidade penosa que os norte-americanos veneram. Não é fácil chegar numa mistura boa de temperos e itens de empanamento, como também não é fácil uma fritura perfeita que deixe o frango sequinho e crocante por fora e suculento no interior.

Quando Marcos Gabriel ofereceu-me a versão crepuscular do frango do Kentucky, fiquei com um pé atrás. Será que o jovem —21 anos— empreendedor nascido em Tapiratiba seria capaz de reproduzir dignamente a iguaria?

Feliz e satisfeito, quebrei vergonhosamente a cara! Mais do que reproduzir o empanamento do KFC, Marcos criou seu mix e método próprios de empanar, além de um tempero singular com oito especiarias. Muuuuuito, mas muuuuuito melhor do que o KFC.

🍗🍗🍗 
Frangotis Fritin
Delivery de terça a domingo, a partir das 19h
19 99490-8646 // 19 99587-3150

sábado, 20 de junho de 2020

P de pizza, P de Poiano!

Oriundo da Grande São Paulo, o descendente de italianos Antonio Poiano foi um dos precursores da pizza em São João da Boa Vista. As redondas chegaram à terrinha em 1964, quando ele comprou o Bar Jussara na Praça Coronel Joaquim José. Nascia ali, no coração da província, uma tradição familiar que resiste até hoje. À época, Antonio ensinou o ofício pizzaiolo aos filhos Zé, Roberto e Horácio. Todos eles, em negócios próprios, n’algum momento enveredaram pelos caminhos ensinados pelo pai. Tekinfin, Master Pizzas e Pizzaria Poiano são casas que têm nas suas cartas a grife Poiano de pizzas. Zé e Roberto, falecidos, têm os nomes honrados pelos filhos que abraçaram seus legados. Horácio, 70 anos, mantém bravamente aberta sua Pizzaria Poiano desde 1977. Só no delivery, de sexta a domingo, ele, enquanto tiver força e saúde, vai persistir servindo aos crepusculares o pioneirismo redondo de quase seis décadas de Antonio Poiano.

A pizza do post, uma bem montada portuguesa, é a campeã de pedidos do forno de Horácio Poiano.

🍕🍕🍕
Disk-Poiano: 19 3623-3626

terça-feira, 2 de junho de 2020

Manda Balla, Ney!

Filho de um batateiro dos alpes gelados de São Roque da Fartura, ele desceu à cidade —São João da Boa Vista— aos treze para trabalhar numa choperia. “Vou te falar a verdade, Lauro, eu nem sabia o que era chope”, assume Elinei Aparecido Paina sua então matutice.

Anos depois, já casado com Adriana Saavedra e pai de Bianca e Bruna, Nei quis usufruir de sua experiência como garçom para melhorar de vida na capital paulista. Sua primeira ocupação em São Paulo foi numa casa de recreação sexual masculina. Nessa zona sofisticada na Pompéia, ele pilotava a chapa fazendo hambúrgueres para quem precisasse de energia ou reposição dela antes ou depois das extenuantes atividades libidinosas. 

Outros trabalhos, sempre como garçom, se sucederam em São Paulo, onde ficou mais de cinco anos, e em São João a partir do retorno em 2013. Em todos os restaurantes nos quais serviu mesas, Nei se aproximou dos cozinheiros para matar sua curiosidade de como os pratos eram preparados. 

Aqui na província crepuscular, Nei labutava durante o dia como office-boy num escritório contábil. Sua rapidez na motocicleta levando e trazendo documentos lhe rendeu o apelido de Bala. Na era das mídias sociais, ele duplicou o “l” e botou um “y” no Nei. 

Ney Balla, cansado de correr carregando bandejas, pegou um disco de arado, comprou insumos a crédito e começou a fazer baurus em sua residência no bairro São Benedito. 

O instantâneo sucesso obrigou Ney a buscar um ponto. Em 20 de fevereiro de 2018, num prédio modesto na General Carneiro, O Sr. Bauru abria as portas com uma mão de obra 100% familiar. 

Vinte e quatro meses após a inauguração, O Sr. Bauru está aí, consolidado na cena gastronômica sanjoanense, oferecendo setenta e cinco itens de um cardápio nada estático. Obcecado por qualidade, cuidado no manuseio, procedência dos ingredientes e tamanho das porções, Ney Balla escolhe pessoalmente os mais de quinhentos quilos de mignon bovino e lombo suíno que consome mensalmente para elaborar cerca de cinco mil pratos, entre filés, polpetones e sandubas. 

O êxito d’O Sr. Bauru é decorrência inequívoca da soma de talento, dura lida, experimentos e esmero. 

Manda Balla, Ney!

🍔🌭🥩
O Sr. Bauru
Delivery todos os dias, das 10h às 23h30
Fone: 19 3636-5050
WhatsApp: 19 99233-4321

🍔🌭🥩
[na foto: o Bauru de Lombo, símbolo e origem d’O Sr. Bauru e o Sr. de Respeito, o sanduíche campeão de vendas]