terça-feira, 28 de maio de 2019

Bar do Robson


Deus e Josi são testemunhas da minha nobre intenção de iniciar a semana com comedimentos à mesa.

Fim de tarde, o colega e amigo Rubinho Cambaúva me liga e mostra que o meu propósito não era assim tão sólido.

Sucumbi covardemente a um irresistível convite para conhecer a famosa coxinha de costela do Bar do Robson.

O boteco, boteco mesmo, na Vila Valentim foi o cenário de tão retumbante fracasso.

🍺🍺
Rua Abílio Ferreira esquina com Rua Miguel Valentim.



segunda-feira, 27 de maio de 2019

Quindim


A gema impera,
coco ralado.
Enfia o pé, exagera!
Açúcar sagrado.

Eu tremo,
amor sem fim.
Sim, o supremo,
o quindim!

domingo, 26 de maio de 2019

Josi


Essa mulher,
linda, cheirosa.
Um brigadeiro de colher,
única, poderosa!

Mil virtudes,
afinidades.
Inquietudes,
vaidades.

Mel com pimenta,
sensível, teimosa.
Irada, ciumenta,
doce, dengosa!

Viço, carinho,
paixão pela vida.
Cafuné, vinho,
atrevida!
💕

sábado, 25 de maio de 2019

Café Lafarrihe


Conheci essa esfiha nos anos 1970. 
Dona Lahila Yazbek fazia a iguaria e a vendia para festas. Meus aniversários e de meus irmãos, à época, sempre tiveram essa delícia sírio-libanesa e caçulinhas da Antarctica. Sabores que marcam!

Massa levíssima, carne bem temperada, notas ácidas no recheio. E uma característica fidedigna do salgado dos “brimos”: a massa NÃO é pincelada com gema de ovo.

Rita, filha de Dona Lahila, herdou a receita e o talento gastronômico das Arábias. Hoje, essa esfiha impecável pode ser devorada pelos sanjoanenses no longevo e charmoso Café Lafarrihe, fonte deste e de outros regalos salgados e doces, do Oriente Médio, do Brasil e do mundo.

🇧🇷 🇱🇧 🇸🇾 
Praça Roque Fiori, 18 - Centro
São João da Boa Vista, SP


Bar do Orlando


Quanta gente me falou do lugar!
Fui acusado de omisso e de displicente por não conhecer o estabelecimento. Vou tentar me redimir de tão grave desleixo...

Na aparência limpa, clara e arejada, uma lanchonete. Tem ar-condicionado e tem TV de tela grande. Cartões de crédito e débito são aceitos.

No conceito e no conteúdo da estufa, um boteco. Tem língua, tem dobradinha, tem torresmo, tem linguiça curada, tem pé de porco, tem bolinho de bacalhau, tem pimenta da casa, tem copo americano, tem cachaça e tem cerveja gelada.

Não sei como sobrevivi nos últimos trinta anos sem ter frequentado o Bar do Orlando. 

Onde? Eu diria Vila Brasil, mas o correto é Jardim São Paulo, na rua José Lansac, 82. De terça à sexta, a partir das 16h até o último freguês. Sábados, domingos e feriados, o Orlando abre às 10 da manhã.

Vai um bucho aí?

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Virtudes


Preparado?
Longe passa!
Ponderado?
Que desgraça!

Orador?
Melhor calado!
Conciliador?
Desce o machado!

Gestor?
Inepto total!
Negociador?
Tosco, boçal!

Juízo emocional?
O oposto!
Visão global?
Baita desgosto!

História que inspira?
Ode à tortura!
O que ele respira?
Fedor da ditadura!

Minorias respeitadas?
Diabólica perseguição!
Matas preservadas?
Serra, destruição!

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Conceição Discos


Vila Buarque, um pequeno bairro no miolo de São Paulo abraçado pelo Centro, por Higienópolis e por Santa Cecília.

Há muito eu queria estar ali, há muito eu queria rangar no Conceição Discos, há muito eu queria conhecer a chef Talitha Barros.

O restaurante é compridão. Tem lugares pra comer no balcão e algumas mesas no fundo. Tem vinis que tocam num lendário aparelho três em um, tem informalidade, tem menu escrito na parede, tem diversidade, tem, principalmente, comida boa.

Talitha cozinha na entrada, à vista de todos, cozinha fácil, cozinha intuitivamente, cozinha sorrindo, cozinha interagindo com clientes, cozinha brincando com seus colaboradores, cozinha de olho em tudo e em todos...

A casa tem algumas entradas, alguns sandubas, poucas tortas e incríveis sobremesas. Tudo exagerado de bom. No meio, o cardápio é um menu semanal de arrozes: arroz de costelinha, baião-de-dois, arroz de linguiça, arroz de pato, arroz de bacalhau e arroz de polvo. Todos eles podem —e devem— receber a coroa de ovo caipira.

Arrozes e sabores da Talitha!
Como diz um roliço e barbudo frequentador do Conceição: putaquepariu!

[minha modesta sequência nas fotos abaixo: pão de queijo com ovo caipira, ostras, arroz de polvo e cheesecake de frutas vermelhas]

🍳 🦆 🐙 🍚 🍮  

Rua Imaculada Conceição, 151
Vila Buarque - São Paulo, SP

🍳 🦆 🐙 🍚 🍮  

Talitha do arroz, 
tem de polvo, tem de pato.
O menu ela compôs, 
com pimenta, sem recato!

Conceição do vinil,
o jazz, o forró.
O balcão nada sutil, 
o fogão, um xodó!

Ovo caipira,
informalidade.
O cliente suspira,
cheesecake é maldade!







quinta-feira, 16 de maio de 2019

Clamores e horrores


Nas ruas,
o clamor. 
Dele,
o rancor.

Asfalto ardendo,
palavras de ordem.
Pistoleiro no Texas,
insana homenagem.

Idiotas?
Fala do Mal!
Legítimo é o grito,
força moral.

Nas escolas,
brava resistência.
No Palácio,
nefasta virulência.

Ótica DiVeneza


Críticas relacionadas a consumo auxiliam os clientes nas escolhas e, também, os empresários na correção de rumos.

No entanto, tão essencial quanto os apontamentos negativos, é o reconhecimento quando a experiência de consumo é sublime.

Sábado, véspera do Dia das Mães, flanando pelas calçadas do Centro poços-caldense, entrei na Ótica DiVeneza para fazer um reparo nos meus óculos de sol.

O estabelecimento tem um layout moderno, o ambiente é bem iluminado e a variedade absurda de armações provoca terríveis dúvidas na eleição do que comprar.

Ainda, a tecnicamente preparada equipe de vendedoras é gentil sem ser forçada, e o consumidor é mimado com café, água e bolachinhas. Pela proximidade da data das mães, hoje ainda rolou um plus com bombons e refrigerantes. Mais: uma fotógrafa profissional retratava a freguesia, que levava de presente, na hora, a foto impressa.

Não acabou: a ótica tem um equipamento alemão —Zeiss— que escaneia o rosto do vivente, detalhando milimetricamente as medidas faciais de cada um. Essa aferição cirúrgica é fundamental para a fabricação das lentes, para a perfeita montagem dos óculos e para a escolha da armação mais adequada.

Mais alguma coisa? Sim! 
Brindes: flanelinhas de microfibra e spray para higienizar os óculos.

Renato Paiva & Meninas: parabéns pelo conjunto da obra!

Como diz o mestre, confrade e amigo José Ricardo Bittencourt Noronha: “Faça mais do que vender. Encante, arrebate! Tenha mais do que clientes, tenha fãs”.

😎👓 😎👓😎👓
Rua Prefeito Chagas, 212
Poços de Caldas, MG
😎👓 😎👓😎👓
foto: Patrícia Passos

domingo, 12 de maio de 2019

Mãe


A força,
ela tem.
Resiliência,
dela vem.

Conciliação,
sobra virtude.
Ponderação,
postura, atitude.

Incondicional sentimento,
amor genuíno.
Afeto, alento,
o puro, o divino.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

O puto, o luto


Insano tempo,
o tambor.
Bélicos ventos,
o horror.

Escola fuzilada, 
o pente.
Ciência metralhada,
o cano quente.

Gatilho aviltante,
insensatez.
Coldre intolerante,
zero lucidez.

Triste bala, 
do revólver.
Funda vala,
do cadáver.

O mal no apogeu,
o canhão.
Deus meu,
ele não!


[Orides ainda inspirando... frutos não tão bons, mas frutos...
Ela é a inspiração maior, mas a motivação que fez-me escrever esse poema especificamente é menos lírica e muito mais decorrente de um sentimento que mistura tristeza e indignação]



Orides


Minha alma de cronista brinca com o lírico, mas ela resiste —e teme— transitar por caminhos essencialmente poéticos.

Inspirado pela palestra da Professora Elisabete Brockelmann, ousei poetar sobre a minha relação com a obra de Orides Fontela. O nome do poema, ORIDES, é óbvio, mas não consegui, e nem quis, fugir dele.

ORIDES

Árido é o verbo,
hermética construção.
Assusto!

Insondável significado,
simbolismo distante.
Insisto!

A captura do concreto,
o retrato do lúdico.
Absorvo!

Metáforas penetrantes,
passeio (anti)lírico.
Flerto!

Há flores,
cores.
Sucumbo!



domingo, 5 de maio de 2019

Brunch na Irarema


O brunch. Aquela deliciosa e preguiçosa refeição domingueira que mistura itens de café da manhã com pratos de almoço.

Comer devagar, papeando, curtindo o necessário dolce-far-niente.

E se o brunch for servido num dos lugares mais cinematográficos da região? No friozinho da montanha, entre oliveiras e cafezais. Ao lado das torneiras que envasam o melhor azeite.

Gabriela Carvalho Dias concebeu um cardápio multisaboroso e hipercolorido que estará disponível na Fazenda Irarema todos os domingos das 10 às 15h.

Queijos, pães, fiambres, massas, frutas, sucos, saladas, ovos mexidos… mais de 40 gostosuras carinhosamente selecionadas.

Vale muito pagar 70 azeitonas por pessoa e se servir sem limites, sem culpa, sem pudores.

Vale muito rodar pouco e sentir a brisa de outono que nos remete a uma propriedade rústica da Provence ou da Toscana.

☕️🥤🥖 🍝 🍪



quarta-feira, 1 de maio de 2019

Outono em Poços


Poços numa noite de outono. Gosto do frio, gosto da cidade.
Junte essa atmosfera com uma comida excepcional, com gente interessante, com um vinho surpreendente. Bote tudo isso num restaurante —Ollivia— que tem o ambiente de uma cave europeia. Decore mesa e salão com o supra-sumo da elegância.

Que jantar, senhoras e senhores, que jantar!

🍷💐🥘

Meus vivas...

Ao chef Rony Islan, que lançou com estilo o menu de inverno do Ollivia. Comemos, num serviço de quatro tempos, entre tantas exclamações, tambaqui com purê de inhame e limão siciliano, dadinho de tapioca com ora-pro-nóbis...;

Ao jovem vinicultor, Junior Porto, que colocou Cordislândia, MG, no mapa produzindo vinhos que já estão nas melhores adegas do Brasil. Ele, dono da Luiz Porto Vinhos Finos, proporcionou a harmonização de Bacco com a sequência do chef;

Ao decorador Anderson Jardim, que magistralmente ornou a mesa inserindo detalhes que deixaram o ambiente ainda mais charmoso, incluindo os encantos cerâmicos de Cristiane Andrade;

À colunista Lurdinha Camillo, do jornal Brand-News, que concebeu o singular evento, costurando e coordenando as participações de convidados, parceiros e colaboradores;

Ao casal anfitrião, Luciano Mussolin e Liliane Ormeneze, que abriram mais uma vez as portas do Ollivia e receberam com primor, entusiasmo e gentileza típicos deles, característicos da casa.

Que jantar, senhoras e senhores, que jantar!

🍷💐🥘
Av. João Pinheiro, 1135 - Centro
Poços de Caldas, MG
de quarta à sexta, das 19 às 23h
sábados e domingos, das 12 às 16h e das 19 às 24h