sábado, 21 de dezembro de 2019

Hannds Pizza


O primo Eric indicou. 
A comadre Alessandra ratificou.

O casal amigo Michel e Valéria topou pegar a estrada numa noite de semana para conhecer a Hannds em Mogi Mirim. Valeu cada quilômetro rodado, valeu cada centavo investido, valeu cada caloria ingerida.

Pizzas napolitanas feitas com preceitos quase religiosos. O tipo de forno, a temperatura, o tempo no calor da lenha, a massa, a fermentação, o molho, a mozzarella, o tamanho do disco, a borda. O conceito de comer com as mãos. Tudo lindamente elaborado, pensado, executado, gratinado, azeitado…

Uma das comidas mais populares do mundo é tratada com profundo respeito na saborosa casa da Ana Paula e do Zé Carlos. 

A Hannds só tem seis meses, mas projeta uma longeva vida arredondando paladares.

Estávamos em quatro e, italianamente, pedimos e comemos quatro pizzas.

Uma menção especial a uma delas: Calabresa Speciale (foto abaixo), que leva calabresa artesanal com erva-doce, molho de tomate pelado, cebola roxa, pimenta biquinho, parmesão, alecrim, redução de balsâmico e melado de cana. Foda, muito foda!

🍕🍕🍕
Rua Treze de Maio, 260 - Centro, Mogi Mirim, SP



terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Nonna Lili


Morar com a avó Lili por quinze anos fez Paolla se apaixonar por uma cozinha que mistura técnica com emoção.

Num curso de culinária, ela foi seduzida pelas massas frescas. Ela mesclou esse aprendizado com receitas de família para, em 2017, fundar a Nonna Lili. Lindeza, leveza e perfeição em pastas artesanais.

O cliente encomenda escolhendo, entre dez opções, o tipo da massa, a cor —espinafre, beterraba, cenoura, azeitona preta ou a branca clássica—, o recheio entre dezoito opções, e o molho —bolonhesa, ao sugo, branco, quatro queijos, funghi, ragu ou pesto.

Minha dupla escolha foi por uma das minhas zilhões de fraquezas, massa recheada:

1) sorrentino (essa pasta foi inventada na Argentina por imigrantes italianos) de beterraba recheado com brie e Parma. O molho foi branco. O formato é inusitado e o recheio generoso;
2) ravioli branco recheado com calabresa e queijo Canastra. Molho ao sugo.

Fodas, as duas, muito fodas!

🇮🇹 🇧🇷 🇦🇷🍝
Encomendas no zap: 19 99842-4604
(a Nonna Lili também está nas feiras gastronômicas da região)



quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Palmeiras de São João da Boa Vista: 40 anos do título!


O maior título da História do futebol sanjoanense celebra 40 anos. Reproduzo, abaixo, depoimentos de três notáveis figuras da imprensa esportiva sanjoanense em 1979. Na sequência, o link para uma crônica minha de 1999. Aílton Fonseca e João Fernando Palomo apontam que naquele tempo não era comum o apelido carinhoso de “Palmeirinha” para se referir ao escrete crepuscular. Acato a observação deles, mas do baú da minha infância, do caldo de familiares e conhecidos, o time preto e branco sempre foi chamado de Palmeirinha.
🎙 🎤
 
O SONHO DE CRIANÇA SE ETERNIZA — Minha mãe costurou, cortou, criou, nascia a bandeira pra aquela criança anestesiada pelo futebol e pelo rádio. Meu pai me levou pro Getúlio Vargas, ficamos atrás do gol à direita das cabines. Em pé, eu com minha bandeira e o radinho com o “egoísta”, aquele fone de um ouvido só. O zagueiro Buzuca fez o gol da vitória e veio comemorar na minha direção subindo no alambrado. Alguns poucos anos depois lá estava eu ao lado de companheiros históricos e falando no rádio, quem diria. Sonhávamos com um time forte, com jogos memoráveis, até que chegou o ano mágico de 1979.
Que timaço! Quantas histórias, vitórias memoráveis e gols inesquecíveis. Acosta era o treinador. Geleia comandava o futebol do Palmeiras. Mirandinha era a estrela da companhia. Seus gols da linha de fundo são os mais impressionantes. 
Nossa, 40 anos! Parece que foi ontem. Como homem do jornalismo me lembro de cada companheiro da equipe da nossa Rádio Piratininga. Vanderley Fleming comandava o jornalismo e dirigia uma Brasília branca nas viagens. Muitas vezes íamos de carona no ônibus do clube. Carlinhos Oliveira, comentarista. Meu amigo João Fernando Palomo nas reportagens ao lado do Ailton Fonseca, que em muitos jogos era repórter e comentarista. Uma equipe memorável. Todos entusiastas com minhas loucuras de trazer os efeitos sonoros das rádios da Capital, de fazer jornadas longas. Tinha o Fábio Silveira no plantão, o J.B. Flora na técnica. A gente chegava nas outras cidades e muitas vezes não sabíamos se a transmissão tinha ido pro ar. Pode? Me lembro também da edição especial do título no Jornal Opção. Veículo do qual participei da fundação ao lado do Francisco Arten. São muitas lembranças que enchem meu coração de saudade e ao mesmo tempo de orgulho por fazer parte dessa história que jamais esqueceremos. Afinal, ali se fazia realidade o sonho de criança.
Viva o Palmeiras, Viva nossa São João, e sua história tão rica de emoção e realizações.
(por Luís Roberto de Múcio)
🎙 🎤  

40 anos do título de 1979. Eu era repórter da rádio Piratininga e me lembro do receio que os adversários tinham quando o Palmeiras chegava nas cidades onde jogava.
Acosta, que era técnico em substituição a Hélio de Almeida, me pedia sempre a escalação do adversário antes de cada jogo.
Nunca vi um treinador conhecer tanto jogador como ele.
"Esse chuta assim, o outro é bom nisso".
E assim ele dava a preleção. Mostrando os pontos fortes e fracos do adversário, depois de ter a escalação em mãos.
(por João Fernando Palomo)
🎙 🎤 

Sem dúvida que o título de campeão da antiga Primeira Divisão em 1979 foi a maior conquista do futebol sanjoanense em sua História. Era uma geração de ouro, que se projetou principalmente com Mirandinha e Gaúcho Lima, que foram negociados depois com o Botafogo do Rio. 
Mas, não há dúvida que a plêiade de grandes personagens não se restringia ao campo de jogo. Fora dele, também, tínhamos grandes nomes de dirigentes, como João Lúcio, Dr. Antenor, Geleia, Bento Palermo, Mauro Ramos, Cascata, Assalim, entre outros. E, no rádio esportivo, idem, com Luís Roberto de Múcio, Carlinhos de Oliveira, João Fernando, Vanderley Fleming e, onde, humildemente me incluo.
Essa conquista tem que ficar escrita e eternizada nas páginas mais significativas do esporte da “Cidade dos Crepúsculos Maravilhosos”.
(por Aílton Fonseca)
🎙 🎤  


minha crônica de 1999:


domingo, 24 de novembro de 2019

Aldeia Manacás Pousada



Zanzar pela divisa. Sair do estado de São Paulo, entrar em Minas, voltar pra São Paulo. Sempre na companhia da Mantiqueira. Sempre ter à vista a geografia serrana mais linda do Brasil.

Exclamação, quanta exclamação!!!!!!!!

Sérgio Nogaroto se retirou em 2014 da carreira de executivo quando presidia uma multinacional japonesa. 

A aposentadoria estava nos planos, ficar parado, não. 

Um proprietário de terras na região do Serrano em São Bento do Sapucaí, SP, o convidou para um frango caipira. Na sobremesa, veio a oferta de uma área de 60.000m2. O clima montanhês e a paisagem deslumbrante seduziram Sérgio e a esposa Lia.

Empreender a 1.300 metros de altitude, pisando na divisa São Paulo-Minas, foi consequência da aquisição pelo casal inquieto. E eles empreenderam sem modéstia.

A Aldeia Manacás Pousada Conceito é um primor de conforto e bom gosto. Com vista 360°, suítes requintadas e aconchegantes, piscina —um sonho!— com borda infinita, além de outra fechada e aquecida, jardinagem impecável e um atendimento personalizado feito diretamente pelos donos fazem da hospedagem uma experiência singular.

Para quem não abre mão do néctar de Bacco, Sérgio tem uma adega com 140 rótulos. 

Nas noites de sextas e sábados, o jantar é preparado por um chef. Nas sextas, o cardápio é mais elaborado. Aos sábados, o forno a lenha queima para um rodízio de pizzas. 

  🍷 🍕 🍝

Contato: 12 98110-4737


quinta-feira, 14 de novembro de 2019

É porpetone, cazzo!


Italianíssimo sabor n’O Sr. Bauru: polpetone da própria casa feito, como tudo lá, com ingredientes extra-qualidade. 

Ney Balla, o homem da chapa, não brinca com a carne, com as farinhas de empanar, com o queijo, com o molho caseiro, com a apresentação e com os acompanhamentos. Olha isso: batata frita, daquela cortada na faca, e fatias do melhor pão italiano do Brasil, da paulistana Padaria São Domingos. 

Quer saber? Tão bom quanto comê-lo é falar PORPETONE, bem caipira, bem da gente. Falar PORPETONE é como chuchar o pão italiano no molho vermelho.

Quer saber mais? Se não quiser comer lá, leve pra casa e bote na mesa com a pasta da sua preferência. Alfredo, Carbonara, Alho e Óleo, Matriciana...

Quer saber mais ainda? Opções de recheio: mozzarella, parmesão da Canastra ou gorgonzola. 

Hoje tem? Não, hoje só o Lauro come. Polpetone n’O Sr. Bauru a partir do dia 16. Salvem a data!
🍔🍟🇮🇹🍔🍟🇮🇹 
Rua General Carneiro, 258
São João da Boa Vista, SP
Delivery: 19 3636-5050 ou 19 99233-4321

domingo, 10 de novembro de 2019

Rabada na Serra


Trabalhei em Limeira de 2005 a 2007. No período, as sextas-feiras eram sagradas no Recanto do Bego, onde, na companhia do amigo e colega Vlad Marques, comíamos uma deliciosa rabada com polenta.

Sábado destes, nos embrenhamos nas montanhas que juntam São Paulo e Minas, e tive recordações do rabo limeirense. Num dos lugares mais mágicos desta Mantiqueira de tantos encantos, o Sítio Caminho da Serra, o casal Heraldo e Marilim Capitanini abriu sua rústica e linda morada servindo, a 1.000 metros de altitude, a mais incrível rabada da minha vida. Polenta e agrião coadjuvaram com dignidade a iguaria magnificamente executada pelo Heraldo. 

Tudo tão acolhedor, das entradinhas no charmoso gazebo, passando pela prosa solta com queijo Canastra, vinho e cachaça, ao tiramisù genuinamente italiano preparado à perfeição pela Giovana Capitanini, filha do Heraldo e da Marilim, que trouxe a receita da sobremesa da época em que ela viveu na Bota.

Sábado antológico, pela paisagem montanhosa, pela localidade pitoresca, pelos sabores e pelas companhias.



quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Dona Margot Brigaderia


Aos sábados, religiosamente, Dona Margot reunia a família em torno da mesa. Servir a melhor comida aos queridos era o grande prazer dela.

A neta Camila herdou da avó essa generosidade em servir delícias. Na Brigaderia Dona Margot ela, Camila, oferece uma afetiva carta de pequenos-grandes deleites culinários. 

Dia destes chorei nas redes por não achar um pão de queijo decente nestas paragens crepusculares. Não choro mais! Na Dona Margot eu posso comer o melhor pão de queijo da região. Essa mineirice linda da foto que vem da Fazenda Irarema. Pão de queijo com gosto de queijo. Massa sublime e esse tom dourado sedutor depois de assado. 

E o capuccino de Nutella?! E os 23 sabores de brigadeiro?! E a soda italiana de maçã verde?!

Salve, Dona Margot!
Salve, Camila!
☕️🧁🍫
De segunda à segunda num espacinho elegante na Prudente de Moraes, 45, bem no coração desta Sanja.


domingo, 20 de outubro de 2019

Encantos & Espantos


Da minha terra, 
mil encantos.
Linda serra, 
ricos recantos.
❤️⛰
Da minha morada, 
ela, um espanto.
Musa, amada, 
gosto tanto.
❤️⛰

sábado, 12 de outubro de 2019

Friends forever


—Trump, cara, você me ferrou ao não botar o Brasil na EODC. Tô levando o maior pau dos comunistas da mídia aqui.

—É OCDE, Bolso.

—Que seja, cacete, colocar Argentina e Romênia e dar as costas pra nós?

—Stop, man! Que conversa é essa de dar as costas?

—Não muda de assunto. Você me fodeu nisso aí, talquei!? Eu liberei a base de Alcântara pra vocês, isentei os americanos de visto pra virem ao Brasil, renunciei até a alguns privilégios na CMO, e você me dá essa bola nas costas?

—É OMC, Bolso... e de novo essa conversa esquisita de bola atrás. Você tem alguma fixação, Bolso, só pode.

—E o “I love you” na ONU, me declarei pra você, porra, e levo esse pontapé no rabo?

—A coisa embaçou aqui, Bolso, mas fique tranquilo. Vou lá no Twitter reiterar o meu apoio a vocês e dizer de mentirinha que só adiamos a coisa.

—Jura que você vai mencionar com esse carinho meu nome no seu Twitter? Que tal uma hashtag #BolsoAndTrumpInLove?

—Of course, my friend! E, por favor, na próxima vinda de vocês a Washington, pede pro Dudu fritar uns hambúrgueres pra nós na Casa Branca. Ah, tinha me esquecido, não rolou a OCDE, mas vou lhe dar um lindo boné.

—Trump, buddy, não resisto a você, I love you! Forever!

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Saldanha Lámen Marinho


O lámen (ou ramen) é um prato de origem japonesa. Basicamente é o macarrão oriental mergulhado num caldo saborosíssimo, servido com ovos cozidos com gema mole, algas, broto de feijão, cebolinha e pedaços de carne, normalmente suína. A receita clássica permite zilhões de releituras e adaptações.

Embora comum, hoje em dia, em alguns países da Ásia, o lámen é mais popular no Japão, óbvio, e na Coreia, onde a versão é bem apimentada.

Em São João, temos um lámen que honra a melhor tradição nipônica, servido onde se faz o melhor rango japa da cidade, o Temakis & Cia., na Saldanha Marinho.

Matheus Xavier, dono e talentoso sushiman, manda bem no caldo que é pacientemente apurado por mais de doze horas juntando carnes diversas, tarê, hortaliças e segredinhos condimentados da terra do sol nascente. Nas minhas andanças, já comi alguns lámens por aí (em SP e NYC), e posso garantir que o de Sanja está no panteão dos supremos, inclusive por que ele chega à mesa com a massa mais al dente, do jeito que eu gosto.

A foto mostra que ele detona também na [linda] apresentação do prato.

O sabor? Confira todas as quartas na Saldanha, mas vá cedo pois a quantidade é limitada e os glutões estão soltos nas ruas.
🇯🇵🍜🇯🇵🍜🇯🇵🍜
食欲!

sábado, 21 de setembro de 2019

Quibe de cordeiro


Inventado no Oriente Médio —hoje mais comum na Síria, no Líbano, no Iraque e na Armênia—, o quibe na sua concepção original leva a carne tradicional da região: cordeiro.

Quando trabalhava em Pinhal, o amigo e cliente Tonho Filiponi, foi quem me apresentou o prato com a proteína de ovino.

Hoje me aventurei na cozinha, depois de vinte dias de convalescença, para um reencontro com o modo de fazer dos “brimos”.
Com a excepcional carne de cordeiro do Isaías Valim —sim, ele também a vende moída— fi-lo à minha moda, com pouco trigo (proporção de uma parte de trigo para quatro de carne), cebola e hortelã.

Além de cru —que é a forma como mais gosto à mesa—, também servi um “tijolo” dele assado. Gosto de deixá-lo pouco tempo no forno pra comê-lo bem molhadinho.

Outra dica pra quem gosta da iguaria crua: prepare o quibe minutos antes de servi-lo, para que a geladeira, o trigo e os temperos não tirem a lindeza do tom vermelho da carne.

لذيذ! 🐑🐑🐑🐑🐑
🇱🇧 🇸🇾 🇮🇶 🇦🇲 🇹🇷

sábado, 17 de agosto de 2019

Panis et crepuscularys


Focaccia da Ueba Pães Artesanais da inquieta e talentosa Dri Torati. Massa leve, alveolada, salgadinha como tem que ser, cobertura generosa e... linda! 

Pra chuchar no azeite, pra chuchar na sardella, pra chuchar no vinho, pra lambuzar de manteiga, pra comer pura... Ueba!

Gente da terra fazendo na terra —na cozinha de casa— uma digníssima carta semanal de pães —rola de centeio, de abóbora, italiano, de mandioquinha, multigrãos…

Pão por b...
Bão por b...

🥖🍞🥖🍞
Ói o zap dela: 19 99731-2704


sexta-feira, 26 de julho de 2019

Passado no presente


Sempre penso no passado. No pão francês, na mortadela, no queijo minas curado, no tomate. Penso no finado Bar do Pitarello, no sucessor Paulinho Gaiola que continua fazendo, na João Osório, com maestria esse clássico sanduba sanjoanense.

Como o bauru de lombo, genuinamente crepuscular, nunca vi o passado em qualquer outro canto do país.

Quem está brincando com uma versão interessante do passado no presente é a Choperia Barril, que trocou o queijo minas por mozzarella e adicionou azeitonas pretas. Um bom pão faz toda diferença. O pão francês da Firenze é unanimidade.

E você, tem lembranças de um passado do passado?
🍺🍺
Choperia Barril
Av. Durval Nicolau, 873 (dentro do Posto Cidade)
São João da Boa Vista, SP

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Pizza na Roça


Quem gosta e conhece um pouquinho de pizza, aqui na região não tem como não ser fã da Pizza na Roça. Crepusculares, pela proximidade, estão sempre na unidade de Poços. 

Desnecessário dizer que este roliço escriba frequenta a pizzaria poços-caldense, nascida como filial da original fundada em Caconde pelos irmãos Ronaldo e Rinaldo Souza. 

Eles, depois de trabalharem oito anos na Itália, onde, entre tantos ofícios aprenderam também a arte de fazer uma boa pizza, voltaram a Caconde com o sonho de viver da lavoura, como o pai, cultivando a terra no sítio da família. 

Entre familiares e amigos, qualquer motivo era faísca para acender a lenha, assar redondas, receber aplausos e incentivos para a brincadeira virar negócio. Virou. Inicialmente, a Pizza na Roça de Caconde, no próprio chão rural da família. 

Em 2008, a pizza Brócolis Caboclo, esta clássica da foto (tenho TOC pra fotografar comida só sob luz natural, e consegui a imagem deste post graças à gentileza do pizzaiolo Dênis Rafael que foi conivente com minhas neuras), ganhou o prêmio de melhor do Brasil. A fama veio com o troféu, mas também com a obsessão pela qualidade dos ingredientes, pelo tempo de fermentação da massa —nunca menos que 30 horas—, pela produção própria de muitos itens dos recheios das redondas. Manjericão e hortaliças a dez passos de distância. Calabresa, bacon e, acreditem, até o pepperoni é feito na casa.

Com o sucesso, veio a já mencionada filial de Poços de Caldas e outra unidade que não vingou na capital paulista. Hoje, a sociedade foi desfeita. Rinaldo ficou com unidade de Caconde e Ronaldo com a de Poços.

Dissolução societária, mas único e absoluto padrão de excelência. Comi hoje a Brócolis Caboclo em Caconde, onde fui pela primeira vez, e não consegui identificar qualquer diferença em relação à de Poços. 

Uma dica de passeio num fim de tarde de céu limpo: o pôr do sol no Mirante de Caconde (foto abaixo) antes de subir um tiquinho de serra, entre cafezais, para devorar uma das melhores pizzas desta Mantiqueira cheia de sabores e histórias. 

🍕 🍕 🍕 
Pizza na Roça - Caconde
De quinta a domingo, a partir das 19h
Waze, Google Maps ou seguir as placas (tem mais sinalização para a Pizza na Roça do que para o hospital de Caconde)

sábado, 29 de junho de 2019

O porco e a goiaba



Na minha primeira vez n’A Casa do Porco, achei um tanto inusual a sacada do Jeffinho Rueda numa das entradas do cardápio: pancetta servida com goiabada cremosa. É claro que pedi a excentricidade. Não tem como não gostar dessa combinação de barriga de porco com doce de goiaba caseiro. Coisa linda da caipirice!

Nesta semana em que Jeffinho estourou nas mídias por colocar sua porcada entre os 50 melhores restaurantes do mundo, e levar de carona à luz dos holofotes o torresmo do Carlão, de São Sebastião da Grama, este escriba glutão e sua parça que topa tudo baixaram no boteco e tiveram a pachorra —ideia da Josi— de brincar com o dueto agridoce d’A Casa do Porco. O torresmo do Carlão foi lambuzado com goiabada cremosa Divina, artesanal, comprada no Laticínios Roni. 

Incrementamos, num experimento com a fina flor de produtos da roça, o torresmo do Carlão. Coisa séria, muito séria!



Bar do Carlão
R. Cap. Joaquim Rabêlo de Andrade, 175 - Centro
São Sebastião da Grama, SP
🐽🐽🐽
Importante:
O torresmo só é servido de quinta a sábado
Quintas e sextas: das 16 às 21h
Sábados: das 10 às 21h

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Sanja: pílulas poéticas



Manti que me Queira

Azulada serra,
colosso natural,
horizonte que inspira,
pintura real,
marco geográfico,
referência afetiva,
poema visual.

Crepúsculo

Melancólica hora,
ele chega,
alaranjado.
Intensidade de tons,
avermelhado.
Fim da lida,
difuso, mesclado,
ele reina.
Fugaz, efêmero.
Encantado!
Do mundo,
o mais lindo.
Abençoado!

Do arco da ponte

Passar sob,
os arcos.
Se emocionar sobre,
a ponte.
Agonia dos que partem.
Júbilo dos que chegam.
A dor do desterro.
O simbolismo do acolhimento.
O beijo do reencontro.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Jefferson Rueda, o caipira generoso




Essa caipirice orgulhosa de Jeffinho Rueda é deliciosa de conhecer, ouvir e provar. 

Não tem vez que ele fale do próprio sucesso sem mencionar suas raízes rio-pardenses e o Bar do Carlão, de São Sebastião da Grama, com seu inigualável torresmo, outra lenda da região.

Gênio reconhecido, o trabalho fantástico de Jefferson Rueda com o porco, influencia cozinheiros e chefs planeta afora.

A maior novidade na cena gastronômica paulistana nas últimas décadas, um dos melhores restaurantes do mundo, A Casa do Porco fica em qual endereço sofisticado da metrópole? Jardins? Itaim? Higienópolis? Faria Lima? Berrini? Iguatemi? JK? Eataly? Morumbi? Nada disso!

Rua Araújo, velho Centro de São Paulo, uma pequena via que liga a Avenida Ipiranga à Praça da República. 

🐽🐽🐽





Carlão, na faina, picotando o melhor torresmo da galáxia


sábado, 22 de junho de 2019

Carne, pasta e serra


O cara tem um certo apego a tudo que tem vínculo com a região. 

Aí ele vai almoçar no Carnes Mantiqueira, cujos cortes servidos são Angus de rebanho próprio. O steak eleito do cardápio é um dry aged —processo de maturação a seco feito na casa. A foto torna desnecessário dizer o quão perfeito é o tempo de grelha.

A massa artesanal —também da casa— escolhida para acompanhar é um tagliatelle na manteiga com ervas. A foto, no caso, não revela o quão perfeito está o ponto da pasta, mas podem acreditar no adjetivo deste escriba glutão. 

Quer mais da Mantiqueira no meu almoço no Carnes Mantiqueira? Vinho Guaspari!

E como se tudo isso ainda não bastasse para uma refeição estupenda, você come contemplando a visão da serra. Da Mantiqueira!

sexta-feira, 14 de junho de 2019

O casarão das sete


Gertrudes, a dona,
café às sete,
regrada.

Guiomar ao piano,
sete calos,
devotada.

Orides compulsiva,
sete poemas,
inspirada.

Pagu chega,
sete hematomas,
machucada.

Beloca sai,
sete paradas,
empolgada.

Silvia múltipla,
sete talentos,
espevitada.

Niquita no portão,
sete palavrões,
irada.

São João,
sete mil tons do crepúsculo,
elas, celebradas.