sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Ekeko

 

Provei! De verdade fui arrebatado pelos aromas e pela leveza da massa. Salteñas e empanadas inspiradoras da croniqueta abaixo, lavrada ainda sob o efeito do cominho.

👇🏻👇🏻👇🏻

O boliviano Fernando Escobar aterrissou no Brasil na década de 1960 para estudar. Fisgado pela mineira Isabel, casou e aqui ficou. Os três filhos do casal —Valéria, Andrea e Arturo— nasceram no Rio de Janeiro. Aos oito anos do caçula Arturo, a família foi passar férias na Bolívia. O garoto se apaixonou pela salteña à primeira mordida: “eu queria comer a toda hora, mas lá salteñas só são servidas das dez ao meio-dia; nem os bolivianos sabem explicar direito o porquê desse hábito que se mantém até hoje.”


Em 2017, confabulando com um primo que o visitava no Brasil, Arturo reclamou da dificuldade de se achar uma boa salteña em São Paulo. Tentaram fazer, mas não deu muito certo, o sabor ficou muito diferente do original. Ouviu de um legítimo “salteñeiro” que a iguaria tinha um segredo. Frustrado e sem saber o tal segredo, ele voou para La Paz e se inscreveu num curso: “nas aulas descobri existir mais de trinta segredos e inúmeros macetes para a confecção de uma perfeita salteña.” 


Voltou a Sampa e abriu o restaurante Ekeko no Paraíso. Colocou no cardápio também as famosas empanadas argentinas, cuja receita lhe foi passada por um chef porteño amigo. Nos três anos de portas abertas, a cozinha do Ekeko conquistou a comunidade boliviana (e parte da argentina) de São Paulo. 


A pandemia antecipou o projeto de mudança para o interior de Arturo Kelmer, 50. A terra da mulher Silvana Vianna, 48, foi o solo eleito. O vento que não vem dos Andes é suprido pelo que vem da Serra da Paulista. Vai daí que esta Sanja de majestosos crepúsculos tem ao alcance do WhatsApp empanadas e salteñas cultivadas com pesquisa e paixão desde a infância do menino Arturo. 


🇧🇴🇦🇷🇧🇷

🥟🥟🥟

19 3366-7500