Sobre o último post.
Dado a invencionices e maionésicas viagens, desta vez o blogueiro usou personagens e histórias reais. Esclarecendo meia dúzia de questões sobre suspeição de ficção, nomeio os bois que gentilmente colaboraram com o texto:
- Sílvia Ferrante, cantora, fotógrafa e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista;
- João Sibin Jr., empresário (Emigran), cronista e fotógrafo;
- Eliza Gregio, escritora, poeta, radicada há poucos meses em São João;
- Ana Cláudia Santos, empresária (Art Ervas) e ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista;
- Paulo, da cidade de Sumaré não citou no e-mail seu sobrenome e referências profissionais.
E depois do texto finalizado, recebi do colega de Academia João Otávio Bastos Junqueira o belo relato que segue:
Já saí e voltei de São João inúmeras vezes e pelos mais diversos motivos.
Estudei fora, trabalhei fora, viajei muito, etc etc. Mas um retorno me marcou muito.
Estávamos, eu e cinco mulheres (esposa, 3 filhas e sobrinha) em viagem, quase chegando a Ribeirão Cascalheira, cidade no nordeste do Mato Grosso, a cerca de 2000 km daqui. Era manhã de sábado no Carnaval de 2005.
Uma estrada deserta no meio do nada e um enorme buraco, uma cratera. Um motorista prudente, mas distraído no momento, pneu estourado e carro capotando no asfalto quente. Uma cena feia, apavorante.
Socorrido, acudidos no hospital mais próximo, noves fora e só uma luxação de clavícula e uns pequenos cortes no motorista. As mulheres, nem um arranhão. Quase um milagre para quem viu o carro que o seguro deu perda total.
Viagem interrompida e planos abortados. Vamos voltar para casa.
O seguro providencia dois carros para levar toda a matula até Cuiabá o aeroporto mais próximo (próximo? 650 km de estrada muito ruim).
Na saída, cerca de 100 km, o carro que levava minha esposa e duas filhas literalmente pega fogo que foi controlado. Abandonamos motorista e carro e juntamos tudo (conteúdo de uma caminhonete cabine dupla) agora em um Gol.
Viagem que nunca acabava. Chegamos em cima da hora para o vôo. Inúmeras conexões depois e chegamos a SP. Outro carro esperando para trazer-nos a São João. Chegamos de madrugada.
A visão da cidade iluminada vista do morro de acesso à fazenda Barreiro (morro imediatamente antes do pedágio no sentido SP - São João) me emocionou.
Naquele momento dei sentido a tanta coisa em minha vida e a visão de minha cidade, na presença de minha família e naquele contexto foi uma cena inesquecível.
Linda e marcante!
É isso.
2 comentários:
Mais um belo relato de incurável dependência macaúbico-belóquida. Despertou neste desterrado a sede da água do Jaguari. Abraços joaquinjosélicos.
O Lima contou que, aos vinte anos precisava ir para São Paulo todo começo de noite de domingo para trabalhar na segunda.
O ônibus naquela época, passava pela Praça Joaquim José, onde o pessoal se reunia para as paqueras e passeios.
Ele ia muito triste embora, pois queria mesmo era poder ficar por aqui.
Quando algum tempo depois, conseguiu voltar para Sanja, no primeiro domingo,
fez questão de ir até a antiga rodoviária, e ver o ônibus partir sem ele.
Foi uma grande emoção não precisar mais ir embora.
Beijo
SF
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