“A vida me deu tanto, Deus foi tão generoso comigo que eu tenho que retribuir”.
Glenda Maria Sabbag da Silva, inteligente, obstinada, profissional de sucesso, vocacionada para ensinar e fazer o bem.
Neta de libaneses, paulista de Novo Horizonte, graduada em Ciências e Matemática pela Unesp de Marília.
No período da faculdade, Glenda trabalhou numa seguradora para se sustentar longe dos pais. Conseguia se manter e ainda ajudava financeiramente os genitores.
Nessa época, ela conheceu Durval, funcionário do Banespa. Casaram-se quando Glenda ingressou no magistério estadual.
Aterrissar em São João da Boa Vista em 1974 foi contingência da carreira do marido. Aqui se fixou, aqui nasceram seus dois filhos biológicos, aqui adotou mais três filhos em circunstâncias diversas.
Nos Crepúsculos, antes de ser admitida no Banco do Brasil em 1981, deu aula em várias escolas, notadamente no grupo Santos Cabral, onde trabalhou por mais tempo e onde era mestra das crianças órfãs do Lar Santo Antônio.
Estabelecida na lida bancária, a falta dos alunos e da lousa era um sentimento desconfortável. Supriu essa carência ministrando, nos finais de semana, reforço de Matemática aos meninos do orfanato.
Compartilhar conhecimento, pra ela, sempre foi essencial. Pequenos círculos de jovens eram acolhidos na mesa de jantar de Glenda em estudos preparatórios para concursos. Glenda embolsava a fortuna da gratidão eterna de muitos que conquistavam o sonho do emprego estável.
Quando do fechamento do Lar Santo Antônio, oito meninos, maiores de 14 anos, ficaram ao léu.
O aluguel de uma casa para eles saiu do bolso dela; empregos para todos saíram do esforço e da rede de contatos dela. O provimento material foi pouco perto do que ela mais transmitiu aos moleques: integridade.
Glenda se orgulha destes oito afilhados: “Sem exceção, todos acharam seu caminho. Todos são gente”.
Entre 2000 e 2007, ela rodou, pelo banco, por São José do Rio Preto, Mirassol e Limeira. Voltar a São João, aposentada, foi estímulo pra mergulhar de volta na labuta nobre de ensinar Matemática a concurseiros, sem nada ganhar monetariamente.
Suas classes abrigam candidatos de qualquer origem social, mas é clara a atenção extra dela aos mais carentes.
Está na casa das dez centenas os que, em algum momento, absorveram os ensinamentos da professora Glenda Sabbag. Enorme parcela destas 1.000 pessoas teve a vida mudada por um novo emprego.
Também no ambiente corporativo, ela combateu o bom combate. Os embates se davam com gestores quando Glenda achava que colegas desafortunados e/ou menores-aprendizes eram vítimas de decisões injustas. E por falar em menor-aprendiz, essa instituição do Banco do Brasil, não foram poucos os que ganharam um norte profissional pelas orientações dela.
Numa era de tanta falação e brigas retóricas, mais Glendas fariam deste mundo um lugar menos árido. Glenda é destes raros seres iluminados, talhados para fazer mais e melhor.
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