Quando só atuava, notabilizou-se por interpretar personagens que mandavam balas aos borbotões. Ora rudes, ora toscos, ora truculentos, ora tudo isso junto, Clint Eastwood estrelou a série do policial vingador “Dirty Harry” (“Harry, o sujo”, numa tradução livre) nos anos 1970/80. No plano pessoal, Clint é um dos mais ferrenhos militantes da NRA (National Rifle Association), aquela entidade norte-americana que defende com unhas, dentes (e balas) o direito da população portar (e usar) armas.
Quem diria que com essa “folha corrida” Clint se tornaria um diretor de cinema com rara sensibilidade. Pois sim, desde “As Pontes de Madison” o cara vem dando um show por trás das câmeras. “Menina de Ouro” e “Gran Torino”, entre outros, são alguns exemplos de êxito do cara no backstage de Hollywood.
Sua última direção tem tudo pra se tornar um dos grandes épicos do cinema no século 21: “Invictus”.
O filme começa com a posse de Nelson Mandela como presidente da África do Sul no pós-apartheid. A história relata como o líder negro usa habilmente o esporte nacional (rúgbi) para reunificar o país. Na película, Morgan Freeman interpreta Mandela numa das suas maiores atuações.
A dupla Eastwood-Freeman, no auge, faz 120 minutos parecerem um tico de tempo, tal a fluência da narrativa.
Licenças poéticas de lado, é claro que a África do Sul ainda padece de muitos e graves problemas sociais, mas eles seriam infinitamente maiores não fosse a gestão 1994-1999 de Nelson Mandela. E essa lenda viva do nosso tempo tem em “Invictus” um registro magistral de um naco da sua trajetória.
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Um comentário:
"Invictus" está na minha lista dos que precisam ser vistos. Depois de "As Pontes de Madison", que considero obra-prima, não perco um filme do velho Clint. Saudações cinemacaúbicas.
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