Sexta-feira, fim de tarde, eu na porta da firma sem carro e sem carona carecendo subir para os altos mantiqueiros da província. Renuncio à ideia de caminhar porque estava em cima da hora do meu compromisso no barbeiro.
O mototáxi para na minha frente. Um sujeito corpulento desembarca e deixa no capacete o suor da sua calva. Pergunto ao condutor sobre a corrida ao meu destino e sobre a possibilidade d’eu não usar o capacete suado. A negativa óbvia não freou minha vontade de passar o fim de semana barbeado.
Minhas nada modestas arrobas deram trabalho aos amortecedores da pequena motocicleta. Nas arrancadas, sentia que a qualquer momento minhas costas se esborrachariam no asfalto enquanto os carros eram ultrapassados pelos vãos mais perigosos e improváveis.
Agarrado forte naquele putaquepariu da garupa, não distingui o que mais me incomodou: a posição desconfortável, a porralouquice do mototaxista no trânsito ou o suor de um filho do povo naquele capacete puído.
Eu também suei, muito!
Nas próximas cinco décadas não pretendo repetir a experiência.
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