sábado, 20 de abril de 2019

Urbanismo civilizatório


A reabertura do Canecão trouxe algumas reflexões.

Nos anos 1970/80/90, houve um esvaziamento dos centros de cidades médias e grandes brasileiras. Bairros residenciais afastados dos centros fizeram prosperar novas áreas comerciais no entorno destas regiões desbravadas. 

Na capital de São Paulo, isso fica muito nítido num primeiro momento, quando a pujança do Centro migrou para o eixo Paulista-Jardins. Faria Lima e Berrini, numa segunda onda, também atraíram parte desse poderio econômico nas últimas décadas.

Isso é bom! O que não é bom é um centro degradado, abandonado.

Ainda em São Paulo. O início deste século 21 está sendo marcado por um saudável movimento de revitalização do velho Centro paulistano. Restaurantes, cafés, hotéis, eventos de rua. Empreendimentos e ressurreições levando uma energia renovadora ao miolo da metrópole.

Cá nos Crepúsculos, também houve um esvaziamento real do Centro, não de forma radical, mas houve. Avenida Durval Nicolau e Henrique Cabral de Vasconcellos, um mais elitizado, outro mais popular, são corredores de comércio e serviços pulsando em regiões distantes da Dona Gertrudes.

Volto ao Canecão. A aposta de empresários jovens no Centro é digna de louvor. A esquina é clássica, o bar é clássico, o bauru é clássico. A dificuldade de estacionamento e a sedução mantiqueira não tiraram deles a coragem de investir nos antigos domínios de Coronel Joaquim José. E o frisson causado na pré-abertura tem tido movimento correspondente no pós-inauguração. Avassalador!

Que estes bons ventos cheguem também à histórica baixada da Estação. Ou melhor, já chegaram com a lindeza funcional da novíssima Estação das Artes. O espetacular projeto da praça, já aprovado, no Largo, harmoniza com o patrimônio do lendário logradouro. Enxergo, num futuro bem próximo, a iniciativa privada complementando o trabalho do poder público. Imaginem o lugar bem iluminado, com uma vida noturna fervilhante. O cidadão sairia de um espetáculo/exposição na Estação das Artes, cruzaria a praça e se aboletaria num restaurante/café/choperia para encerrar a noite. 

Isso é urbanismo civilizatório!

🍺🍺🍺

Foto: CVTUDO
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2 comentários:

Unknown disse...

Olá Lauro, tenho acompanhado suas fotos e comentários. Parabéns! pela qualidade das fotos e clareza dos comentários. Abraço!
Jorge H Michel

Francisco Azevedo Lomonaco disse...

Priscas eras. Fui ao balcão: Seu Jorge,vê a conta. Marco pro seu pai.Mas...sou de Pinhal...- Eu sei, o dr. Calu!! --- Dá prá não gostar?