Dia destes, um amigo pratense, o Zé Renato, me pediu indicações de lugares para se comer um bom filé à parmegiana em São João. Apontei alguns que não fazem feio, mas, confesso, não há nenhum na província que me faça sair de casa.
Comi um recentemente —num recanto até bacaninha— que foi uma experiência trágica. A carne passava longe de ser mignon, coisa que é comuníssimo na maioria dos cardápios. Na cara-dura, cobram filé e entregam patinho. Segue o relato da catástrofe: o molho era industrializado, ácido ao extremo, a fritura estava mal feita, encharcada em óleo velho, e a mozzarella tinha gosto rançoso. O horror, o horror!
Hoje, acatando a dica de um casal poços-caldense, rodei 60km para devorar um filé à parmegiana redentor. Mignon suculento, espesso, perfeitamente frito, molho de tomate caseiro, mozzarella fresca. Senti falta das ervilhas, mas o prato estava deliciosamente livre dos pecados mencionados no parágrafo anterior.
Módicos 75 crepúsculos pagam uma nada módica travessa que alimenta três pedreiros famintos.
Onde?
Voltei ao Restaurante do Alemão, onde estive semanas atrás com o parça Michel Zimber para devorar um frango ao molho pardo. Diga-se: é a única casa na região em que ofertam o galináceo no sangue.
No shopping de Poços pegue a estradinha que vai a Palmeiral. Depois de vinte e poucos quilômetros asfaltados, chega-se à Fazenda Aparecida, propriedade cafeeira que acolhe o restaurante.
As mesas de plástico ficam sob uma estrutura de madeira rústica coberta com telhas francesas. O salão de piso cimentado tem vista para um lago. Peixes e pratos mineiros são servidos em tábuas forradas com folhas de bananeira. Sucos em jarra e Coca litro podem ser pedidos. O apagão digital —sem sinal de celular e sem wifi— contribui para curtir ainda mais o rango e a atmosfera, mas obriga a freguesia a portar dinheiro ou cheque.
Simplicidade e qualidade!
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