Apaixonado por carros, o descendente de suecos Carlos Backström fundou em 1926 aquela que é uma das oficinas mecânicas mais antigas de São João da Boa Vista. Se não foi a primeira, certamente foi a que funcionou por mais tempo. O lendário estabelecimento da avenida Tereziano Valim, também foi comandado por Valdemar, filho de Carlos, quando o pai adoeceu.
Em 1943, chega para trabalhar na oficina o homem que marcaria para sempre a província dos Crepúsculos Maravilhosos. Então com dezesseis anos, Adauto Eduardo Falavigna foi contratado por Valdemar Backström para aprender o ofício de manter e reparar motores veiculares.
O jovem aprendiz ganhou mais do que uma profissão. Adauto conquistou também o coração da filha do patrão. Em 1956, Izamar subiu ao altar com o já experiente mecânico. Tiveram três filhos, Adauto Filho, Cecília e Ricardo. Com mais de duas décadas na labuta, em 1967, Adauto comprou definitivamente o negócio.
Criado na graxa e no meio das ferramentas, o primogênito Adautinho conseguiu ser ainda mais precoce do que o genitor. O menino começou a fuçar nas máquinas aos doze. E não parou mais.
Adauto pai, o maior são-paulino deste torrão macaúbico, deixou sua Variant azul para um dos netos e foi consertar trenós celestiais em 2022, depois da façanha de suar por setenta e nove anos ininterruptos na oficina da Tereziano Valim.
Neste fevereiro de 2024, quando a empresa completa noventa e oito verões de funcionamento, o ciclo se encerra. A família decidiu vender o prédio e, Adautinho (foto), sessenta e quatro no lombo, até o último freguês honrou as quatro gerações que marcaram a história do comércio nestas margens do Jaguari. A Oficina do Adauto, digna, triste e irreversivelmente, está de portas baixadas.
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