Já comentei por aí que me apaixonei ainda mais pela comida peruana durante recente viagem ao Chile. Para chegar a essa conclusão, é claro que também provei pratos genuinamente chilenos. E vou contar como foi essa experiência.
Indicações e reviews apontaram o Galindo como o restaurante a ser visitado. Saímos do hotel em Lastarria e caminhamos por vinte minutos até o local, no bairro Bella Vista. Mesas na calçada e um Chardonnay gelado ajudaram a aliviar o calor daquela noite de dezembro. Josi quis pegar leve nas escolhas, mas eu fiz questão de começar pesado, com duas iguarias-raiz típicas chilenas. Não demorou para que o pastel de choclo e a cazuela de vacuno pousassem, fumegantes, na mesa. O pastel de choclo, um creme de milho adocicado cobrindo um recheio de carne, cebola e ovo, estava longe de ser ruim, mas também não arrancava nenhuma exclamação. Já a cazuela, pobre Josi, era um caldo ralo —sem tempero, sem graça, sem alma— com cenouras boiando e nacos de carne bovina e meia espiga de milho cozido sem sal no fundo da cumbuca. Sopa de hospital, perto daquilo, é um banquete divino.
Ainda assim, demos outro voto de confiança à gastronomia local e, no dia seguinte, decidimos experimentar a chorillana no sugestivo El Palacio de la Chorillana, pertinho do Galindo. A coisa chegou numa travessa: uma montanha de batatas fritas cobertas por carne ressecada picada e quatro ovos fritos. Algo estranho, sem apelo e sem lógica culinária. Frustrados, voltamos convictos à nossa deliciosa rotina inca de ceviches e lomos saltados.
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