terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ainda o rescaldo do tiroteio no Senado

O amigo guaçuano Adalberto Falsetti envia texto ao blog sobre a polêmica do post anterior.
Ei-lo:

Crepusculauro,
Concordo em gênero, número e grau com tudo que está escrito. Só que, infelizmente, isso sempre foi assim. O Sarney é o retrato mais representativo do que há de pior na política brasileira. E no entanto sempre foi cultuado pela grande mídia, principalmente a Folha, onde tem uma coluna vitalícia, que ganhou graças aos serviços prestados a ela. Assim como os direitos da Globo no Maranhão, ganhos pelos serviços prestados quando era presidente. Lembre-se que o Sarney não nomeava ministro sem o aval do "jornalista" Roberto Marinho. O mesmo vale para a veja, isto é, e todo o resto da mídia, dita grande mas nanica de dignidade e vergonha, apenas subserviente aos interesses da mais nanica ainda elite brasileira, a mais burra do planeta, representada hoje pelo tucanato, de rica e bela plumagem, mas com um apetite pelo poder maior que o próprio bico. Será que não dá prá perceber que esse repentino surto de moralidade da grande imprensa, tem por trás de si o único interesse de tentar salvar a candidatura tucana à presidência? Que o objetivo maior, após a derrubada do Sarney, é atingir e desmoralizar a Petrobrás, patrimônio nacional, e uma das maiores empresas do mundo (com um enorme prejuízo para o Brasil), para poder privatizá-la, como foi desejo manifesto do FHC, ao querer criar a Petrobrax? 60% das nossas reservas já foram loteadas por ele, em nome de um neo liberalismo irresponsável aliado a uma irrestrita submissão ao Bush. O Brasil mais uma vez vai ter que recomprar, imagine, RECOMPRAR, aquilo que era patrimonio de toda uma nação! E mesmo assim, graças a imensidão de nossas reservas (só o FHC "não sabia"), vai valer a pena a recompra. Mas se prevalecer esse circo da mídia com seus objetivos escusos, não só não recompraremos com distribuiremos os 40% que nos restam. Oposição pura e simples ao PT neste momento não pega bem, pois além do maior índice de aprovação da história da república, o presidente Lula é o político brasileiro mais prestigiado em todo o mundo. Quem vai ter peito de falar mal dele prá imprensa mundial? Seria ridículo! O Brasil foi o país que saiu mais rapidamente da crise. Nossos indicadores sociais melhoram progressivamente. E o que é pior: as oposições ao governo não têm um plano definido, claro, muito menos um projeto que possa prometer superar os resultados que vem sendo obtidos pelo atual. O que lhe restou então? Através da mídia que lhes é subserviente, e travestindo-se de falsos moralismos, combatem tudo aquilo que aceitavam até ontem (ou fechar os olhos não significa aceitar e estimular?). Como em tantas outras ocasiôes, a grande imprensa tupiniquim cumpre o seu humilhante papel de mentora de uma classe, tão dominante quanto putrefata. Não bastasse tudo isso, numa outra vil tentativa de desqualificar o Ministério da Saúde, cultivam irresponsavelmente o pânico na população com uma gripe que sabidamente mata menos que a gripe comum, como já fizeram no ano passado com a febre amarela. Como já afirmou em artigo o prof. dr. Vicente Amato Neto, o pânico é o pior dos agravantes para levar a uma verdadeira epidemia. Pessoas que andaram viajando pelos EUA nas últimas semanas, não viram uma nota sequer, nem nos jornais nem na TV, sobre a tal de gripe. Porque será? Continuemos nossa luta contra a corrupção e pela moralização das instituições públicas, mas não sejamos mais uma vez marionetes de poderosos insaciáveis, que pelo poder, não se importam que o país se dane. Não façamos o que sempre fizeram os nossos incorruptíveis e isentos "jornalistas"da grande (?) imprensa, posando de inocentes depois de conviver e frequentemente usufruir por tantos anos desse meio pútrido. Num ambiente tão contaminado, as famigeradas informações "em off" são obtidas de que maneira? Outra coisa: porque que toda vez que se fala numa nova assembléia nacional constituinte como solução, a imprensa reage imediatamente com berros de "casuísmo inaceitável?" Se todas as reformas indispensáveis ao interesse nacional, ou não saem do papel, ou apenas mantêm ou até aumentam as benesses dos nossos "legisladores", qual é a solução para que o país funcione e o tal de "custo Brasil" caia para níveis civilizados? É a internet, com sua participação verdadeiramente democrática, dando acesso não só à informação em tempo real, mas também à discussão e contestação da veracidade e interpretação das mesmas também em tempo real, ao lado da chamada "pequena imprensa local", que vai possibilitar essa verdadeira revolução nos meios de comunicação, impedindo, ou pelo menos reduzindo bastante o controle e a manipulação das informações. Um abraço

Nota do blogueiro:

Adalberto,

Saudações democráticas...

Concordo no atacado com a maioria dos seus argumentos. Mas não aceito o lulo-petismo blindar Sarney e sua corja, usando figuras no naipe de Collor e Renan Calheiros, em nome de uma suposta governabilidade decorrente de sustentabilidade política no Congresso. Se escorraçar Sarney agora, um dos últimos representantes do coronelismo, significa antecipar a agenda 2010, que assim seja. A Pátria não vai ser salva com a queda do Sarney, mas o simbolismo da queda de um clã como os Sarney significa uma assepsia enorme no cenário político tapuia. Não se faz política do bem blindando facínoras para preservar ineptos e seus prováveis sucessores.

E, repito, se Lula está ao lado de Sarney/Collor/Renan/Wellington Salgado... minha trincheira é antagônica.


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