domingo, 21 de fevereiro de 2010

Windows Live Writer

Seguindo a dica da Info, estou criando este post a partir do aplicativo Windows Live Writer, que faz parte do pacote Live Essentials. Segundo a revista, pouca gente conhece o programa, mas ele é uma opção poderosa e prática para edição e gerenciamento de blogs. O Live Writer permite a criação visual de posts para blogs hospedados no Blogger, que é o meu caso, Wordpress, TypePad e, claro, no próprio Windows Live. A configuração inicial é muito simples, basta inserir o endereço web do blog, nome de usuário e senha. Quando você está redigindo o post, o fundo da tela é a padrão do seu blog. Você vai criando e visualizando a “arte final”. Bacana!

windows live

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Invictus

Quando só atuava, notabilizou-se por interpretar personagens que mandavam balas aos borbotões. Ora rudes, ora toscos, ora truculentos, ora tudo isso junto, Clint Eastwood estrelou a série do policial vingador “Dirty Harry” (“Harry, o sujo”, numa tradução livre) nos anos 1970/80. No plano pessoal, Clint é um dos mais ferrenhos militantes da NRA (National Rifle Association), aquela entidade norte-americana que defende com unhas, dentes (e balas) o direito da população portar (e usar) armas.
Quem diria que com essa “folha corrida” Clint se tornaria um diretor de cinema com rara sensibilidade. Pois sim, desde “As Pontes de Madison” o cara vem dando um show por trás das câmeras. “Menina de Ouro” e “Gran Torino”, entre outros, são alguns exemplos de êxito do cara no backstage de Hollywood.
Sua última direção tem tudo pra se tornar um dos grandes épicos do cinema no século 21: “Invictus”.
O filme começa com a posse de Nelson Mandela como presidente da África do Sul no pós-apartheid. A história relata como o líder negro usa habilmente o esporte nacional (rúgbi) para reunificar o país. Na película, Morgan Freeman interpreta Mandela numa das suas maiores atuações.
A dupla Eastwood-Freeman, no auge, faz 120 minutos parecerem um tico de tempo, tal a fluência da narrativa.
Licenças poéticas de lado, é claro que a África do Sul ainda padece de muitos e graves problemas sociais, mas eles seriam infinitamente maiores não fosse a gestão 1994-1999 de Nelson Mandela. E essa lenda viva do nosso tempo tem em “Invictus” um registro magistral de um naco da sua trajetória.

Trailer no YouTube:

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bauru Federal

















Depois do trabalho, o bauru da Hilda. Da família Caixa, Ricardo (Cordeirópolis), Nelson (Santa Gertrudes), Rosana, Fernando e Joacyr (Rio Claro) e o autor desta (Cidade Azul). Chopes e baurus fizeram a noite dos bancomilões. Teve até um inusitado sanduba de quibe para o “brimo” Ricardo. E depois da comilança, a Rô não deixou cair a taxa de açúcar no sangue aguaiano: mandou ver no beijinho de coco da baurueira-doceira Hilda.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Akamine

















Pela minha pesquisa nada formal, encerrei a trilogia das “ranguerias” mais longevas da Cidade Azul. Primeiro os baurus, dos Ueti e da Hilda. E por último teve mais uma família japa que há décadas bem nutre os rio-clarenses. Falo do Restaurante Akamine, na Avenida 1, bem no coração da cidade. Cheguei cedo para o jantar, 19:00, com sol ainda alto nesse janeiro de calor inclemente que os escribas de antanho chamariam de “canícula”. Tão cedo que donos e garçons ainda abocavam o sustento para a jornada noturna. Alguns senhores ocupavam outra mesa bebendo cerveja. O papo era comandado por um tal “Dr. Pitanga”, vozeirão, fala por si e por todos. Pelos decibéis que ecoavam no salão, percebi que o tal “Doutor” é um cartorário das antigas, aposentado, que se gaba de “saber mais que muitos juízes”. Ele redigiria as sentenças que os magistrados só assinavam. Para lavrar as decisões ele só interpelava aos togados: “O senhor quer que eu defira ou indefira?”.
Prédio velho, manutenção que clama, mobiliário puído, toalhas tão limpas quanto gastas. De novo, como nos Lanches Ueti, encontro um lugar abrutalhado que assusta “maurícios” e “patrícias”, mas instiga os exploradores de novos temperos.
Pedi a sugestão do cardápio que gritava na primeira página: contra-filé à parmigiana. Não decepcionou, nem no tamanho nem no sabor. A carne macia sob molho de tomate caseiro e muçarela (eu sei que o “ç” dói, mas o Houaiss manda assim) alimentaria muito bem dois adultos que comem porções civilizadas. Comida boa e barata: o prato mais arroz, fritas, couvert e salada saiu pela pechincha de R$ 17,00.
Perguntei ao garçom se o japinha idoso que lavava copos era o cappo da casa. Sim, ele mesmo, Ideo Akamine. Na saída, encostei no balcão e despejei um caminhão de questões sobre a história do restaurante. Educado, mas arredio a inquirições, seu Ideo falou muito pouco e negou o pedido da foto. “Não gosto de falar nem de aparecer”. Só descobri que a família Akamine está no ramo da boa mesa em RC há mais de 60 anos.
Antes que eu ganhasse a rua, ele tascou: “Quem lhe falou que meu nome é Ideo?”. Entreguei o funcionário cagueta para ira do velho Akamine, que arrematou: “Aqui só me chamam de Nego. Ele é um burro!”
Então tá, Nego!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pedigree baurueiro
















No flagrante, a sorridente autora de 2.100.000 sandubas


Podem acusar o blogueiro de reincidência baurueira. Assumo a repetição! Sanja tem concorrente forte na tradição do acepipe: Rio Claro. Na maioria das lanchonetes o bauru consiste em presunto, queijo prato e tomate no pão francês. Em Sampa, no Ponto Chic, o marco zero do bauru, o lanche leva rosbife, três tipos de queijo (estepe, gouda e prato) derretidos em banho-maria, pepino e tomate. No pão francês, claro. História aqui.
Em Sanja, desde que o mundo é mundo, o bauru se consolidou com o lombo. Bar do Formiga, Canecão, Nosso Bar, Bar do Sid, Tekinfin, entre tantos outros, fizeram ou fazem história com o sanduíche em seus cardápios. No Tekinfin existe opção ao lombo: filé.
Em duas semanas na Cidade Azul, descobri que a província também tem pedigree baurueiro. Falei do Lanches Ueti no último post, e hoje falo do Lanches Hilda, ou Bar da Hilda como gostam os rio-clarenses.
Conheci um naco do bar numa matéria da EPTV de uns bons anos atrás. A amiga Vanessa comentou no post dos Ueti, abaixo, e reviveu a minha lembrança.
Segunda-feira, 18:30, estaciono no 617 da Avenida 15. Sou o primeiro freguês da noite. Lugar simples, limpo, ambiente que minha mãe chamaria de “arrumadinho”. No balcão, Alberto Calligaris, o Beto. Sisudo no “boa noite”, ele abre um sorriso quando falo que conheci o bar pela TV. Além do sorriso, ele abre a história que mescla sua família, muito trabalho e deliciosos baurus. Beto acena com a cabeça em direção à chapa onde uma senhora miúda está a postos empunhando a espátula: “Minha irmã, Hildinha, mais de 50 anos no ofício. A vida dela é isso aí. Nós temos marcado, Hildinha já fez mais de 2.100.000 baurus”. (Isso mesmo! Dois milhões e cem mil baurus).
Enquanto devoro o primeiro da noite, de lombo, descubro que vida no balcão começou com o casal Aldo e Hilda Calligaris em 1944. A taberna era itinerante e funcionava nos clubes da cidade. O primeiro endereço fixo se deu dez anos depois, em 1954, em frente à estação ferroviária na sugestiva esquina 1 com 1, Avenida Um com Rua Um. Ameaço pedir o segundo também de lombo na casa também existem as opções carne, calabresa, frango, presunto, quibe e o “campeão de audiência”, cupim―, mas sou convencido pelo Beto a traçar o top feito da carne da corcova dos touros. Gostei! Mas a raiz macaúbica fala mais alto e sou mais o de dorso suíno.
Desde 1974 na Avenida 15, o bar oferece o clássico chope ―claro e escuro― Brahma para refrescar o verão e acompanhar a iguaria.
“O pão de semolina da [Panificadora] Pão Quente foi criado especialmente pra nós”. Beto orgulha-se da exclusividade inicial do farináceo, pois hoje os clientes da padoca exigem o “pão da Hilda” no balcão. O de semolina abraça com dignidade o recheio do lanche, mas de novo a origem crepuscular grita e puxa mais para a baguetinha francesa.
Exultante com o pedido da foto ao lado da chapa, a viajada (já foi duas vezes a Las Vegas e religiosamente faz um cruzeiro marítimo todo ano) Hildinha me adoça com um olho de sogra da sua lavra açucarada. Sim, ela ainda arranja tempo pra fazer doces. E que doces!