segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Boas Festas!

Leitores e amigos,

Um Natal crepuscularmente harmônico e
um 2010 repleto de êxitos macaúbicos!


Uma noite de Natal

Desde o dia 13 está ali, na cela do Batalhão de Guardas, tendo Joel Silveira como companheiro, e um cartaz na parede com o lema: "A guarda morre, mas não se rende". Joel colocou por cima a página inteira de um jornal com a cara do Papai Noel. O bom velhinho sorri estupidamente, com suas bochechas coloridas, mas não dá para salvar nem alegrar a noite de Natal que se aproxima.
Os advogados dos dois, dele e do Joel, haviam negociado uma visita dos parentes, mulheres e filhas, mas o comando da região militar vetou a visita aos presos do AI-5. Deviam ser comunistas e não mereciam o Natal dos homens de boa vontade que acreditavam em Deus e no Natal.

A noite caiu, a lâmpada empoeirada que pendia do teto não lembrava luz, lembrava calor, o verão daquele ano fora terrível. Para abreviar a noite, resolveram dormir mais cedo, mas a porta de repente se abriu e entraram dois soldados com duas bandejas. O comandante do batalhão, um homem distinto, que parecia não ter nada a ver com a prisão da qual era carcereiro, mandava uma garrafa de vinho nacional -que o Joel classificou como vagabundo, mas bebeu-o todo. Evitei me contaminar com o vinho dos vencedores.
Havia passas, um pedaço de panetone e uvas, que pareciam boas. Lembrei o verso de André Eloy Blanco: "Madre, son acidas las uvas de la ausência". As uvas do cárcere também são ácidas, mesmo assim, provei uma. Não estava tão ácida assim, mas amargou aqui dentro.
Depois do vinho, Joel começou a cantar o "Noite Feliz" e me convidou para fazer o mesmo. Eu não havia bebido nada e detesto de coração a canção natalina. Fiquei só ouvindo a voz desafinada do meu companheiro dizendo que um pobrezinho havia nascido em Belém. Parece que para nosso bem.
(Carlos Heitor Cony, Folha, 22/12/2009)

domingo, 20 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vem ser feliz!


















Luiza Helena Trajano: mulher séria, empresária de sucesso e zelosa com seus clientes

Mineirim exilado no Reino da Beloca, o amigo Cristiano pede um help pro blogueiro.
Seguinte: Deficiente visual (sua história já foi contada no blog), ele ganhou dos colegas de faculdade um laptop para facilitar sua vida no trabalho e nos estudos. No computador ele utiliza o Jaws, um software que transforma texto em áudio.
Dia destes, ainda com a máquina dentro da garantia, ele foi alertado por um colega de trabalho que havia uma trinca interna na tela de LCD, só perceptível visualmente.
Sabedor dos seus direitos de consumidor, ele pediu a troca ou o reparo do equipamento ao fabricante, INTELBRAS, e à loja vendedora, Magazine Luiza.
O Magazine Luiza disse que o problema era do fabricante. Este, por sua vez, pediu fotos da tela e respondeu só baseado nas imagens: o problema foi mau uso e, por isso, a avaria não seria coberta pela garantia.
Zeloso ao extremo do seu pequeno patrimônio informático, Cristiano ficou indignado com a não solução do seu problema.
Foi aí que este parvo escrevinhador entrou no imbróglio. Espalhei a história na rede nos seguintes sítios:
O fabricante, INTELBRAS, deu uma daquelas típicas respostas padrão que nada respondem e irritam mais ainda o consumidor.
O Magazine Luiza que, em tese, nada tem a ver com um problema que parece ser de fabricação, se mostrou uma empresa séria e respeitosa com seus clientes: o SAC da sra. Luiza Helena Trajano contatou o Cristiano e disse que faria a troca do equipamento.
INTELBRAS é uma marca pouco conhecida. Nunca comprei nada do selo e nem pretendo comprar. Agora, além de não consumir, faço questão de recomendar a não compra de produtos INTELBRAS.
Do Magazine Luiza sou um cliente pouco fiel há anos. Agora, além de passar a ser um cliente mais assíduo nas lojas da sra. Luiza Helena, vou blogar, twittar e espalhar pra todo o planeta (poderoso esse blog!) a seriedade e o respeito que eles dedicam à sua freguesia.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

1973 e 2001, Chile e EUA

Recebi a dica do vídeo abaixo do amigo Jasson de Oliveira Andrade, autor do livro “Golpe de 64 em São João da Boa Vista”. Não sabia da coincidência dos 11 de setembro, data triste para todos os que repudiam as ditaduras e o terrorismo, especialmente para os povos norte-americano e chileno, que tiveram as suas nações covardemente atacadas neste dia. Pinochet e Bin Laden, cada um à sua maneira, são personagens tirânicos e nefastos que a História não pode esquecer. E pensar que certas bestas desta Sanja defendem o Golpe de 64 no Brasil, que, como o do Chile, perseguiu, torturou, matou e derramou muito sangue.
O vídeo do diretor Ken Loach, curto, mas muito bem realizado faz um paralelo entre o 1973 chileno e o 2001 norte-americano. Emocionante!! Assista e ganhe um banho de História de pouco mais de dez minutos.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Macaúba entre as 100 mais de 2009










Crepusculares do planeta,

No meu último post, encerrei com um triste: Sanja, por vezes, se envergonha dos seus.
Demorou muito pouco para vir o contraponto. E que contraponto!!!
Deu na revista Época, a sanjoanense Dra. Marta Salomão está entre os 100 brasileiros mais influentes de 2009.
Claro, no caso, SANJA SE ORGULHA DOS SEUS!!!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cassinho, o rejeitado










Apologista da ditadura militar, Cássio Lima da Pérsia Júnior era o êxtase em pessoa sob o chumbo totalitário dos anos 70. Também podemos dizer que o sujeito nunca foi afeito aos bons modos.
            Nos mesmos cinzentos anos, Cassinho dedurava qualquer um que ousasse desafiar os governantes de farda. Achava a juventude um perigo para o regime. O consagrado jornalista Luis Habib, entre uma esfiha e outra, contou ao blogueiro a que ponto chegou a neura do insano delator.
            “Prezado Lauro, infelizmente estou atolado em serviço, caso contrário contaria o episódio em que eu e um grupo de amigos que fazíamos teatro em São João fomos dedados pelo Cássio para o serviço de informação do Segundo Exército. Não se tratou meramente de uma discordância doutrinária, mas de um sujeito que utilizava o poder das baionetas para ameaçar, inclusive de prisão, meros adolescentes que ousaram encenar a peça “Liberdade, Liberdade” na região. Em minha vida profissional já convivi com discordâncias profundas, mas jamais algo dessa natureza, de uma pessoa nascida em São João, não ter o escrúpulo de denunciar adolescentes, seus conterrâneos, sujeitando-os eventualmente até a prisões e torturas, muito comuns na época. Até hoje não compreendo o que faz pessoas agirem assim, de levarem discordâncias de bar ou de escola para os porões de um ambiente militar. Falei que não ia escrever, e acabei escrevendo. Utilize como quiser. Um abraço. Luis Habib. 11/03/2000”.
            Dada a clareza da história narrada pelo Habib, abstenho-me de acrescentar qualquer comentário ao triste relato. Mas segue o andor.
Causídico pseudo-erudito de uma família tradicional na província crepuscular, Cassinho achou que tinha estatura gastronômica suficiente para ingressar na Confraria dos Comedores de Macaúba. Inscreveu-se para o sufrágio e, num descuido, talvez, foi eleito.
Não obstante seus reprováveis maus modos, ele posava de bom samaritano e, como tal, foi à missa na igreja do Perpétuo Socorro agradecer pela sua improvável e quase milagrosa eleição à Confraria. Deu azar.
O azar dele foi a sorte da Confraria, do Brasil e vestia batina. O celebrante era um entre os vários representantes da fé católica que bravamente combatiam a ditadura vigente. Enquanto na cerimônia os ritos litúrgicos eram seguidos, a paz reinou. Bastou a palavra livre na homília para que os instintos mais primitivos de Cassinho fossem provocados. Para perplexidade dos fiéis, o iracundo defensor das tiranias usou toda a sorte de impropérios para desacatar o padre.
Claro que o verbo de baixo calão de Cassinho ecoou pelas esquinas desta Sanja. E a Confraria não foi surda à voz das ruas. O eleito não seria empossado por falta de decoro. E não foi. Furibundo, recorreu às mais altas instâncias da Justiça para comer macaúba com confrades e confreiras. O tribunal, lúcido, respondeu-lhe: “Comer macaúba pode, mas em casa, quietinho. A Confraria é soberana pra decidir quem quer entre os seus. E, meu caro Cássio Lima da Pérsia Júnior, parece que a Confraria preza os bons modos no convívio entre os pares”.
Cassinho, alguns sabem, não economiza em adjetivos pejorativos quando fala deste escriba internético. Dentre os vários já proferidos, nunca fui tachado de sonolento na percepção de notícias relevantes. Ele não falou, mas eu confesso: fui de uma imperdoável inépcia ao não propagar que em março de 2008 o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou Cassinho no seu rol de desembargadores. E rejeitou por que, podem querer saber alguns súditos da Beloca. Vai lá, transcrição literal de trecho da nova publicada em 15 de março de 2008 no site Consultor Jurídico:
“As três novas listas da OAB paulista chegaram ao TJ quase no mesmo momento em que o STJ barrou seis candidatos da OAB nacional para preencher uma vaga aberta na corte. Os ministros usaram de diplomacia para vetar os nomes, ao contrário do tribunal paulista que, em junho do ano passado, devolveu a lista para a seccional da OAB com a justificativa de que dois dos candidatos indicados pelos advogados não preencheram os requisitos mínimos para ocupar o cargo.
De acordo com o tribunal paulista, um dos candidatos não tinha reputação ilibada e, ao outro, faltava notório saber jurídico. O primeiro, o advogado Cássio Lima da Pérsia Júnior, teria sido processado por desacato. Para os desembargadores, isso contaria pontos contra sua reputação”.
Joelho no milho é pouco para tamanha desatenção com meus conterrâneos que, bem mais espertos que o autor destas, sabem que pra bom macaúbico, meio pseudônimo basta.
Proezas são muitas entre os sânjicos espalhados pelo planeta. Quando percebo, carimbo com prazer: “Sanja se orgulha dos seus”. Mais raro, sim, mas, vez ou outra, um dos nossos é recorrente em pisadas na bola. Pelos maus modos de Cassinho, este sonolento comedor de macaúba não vai se omitir:
Sanja, por vezes, se envergonha dos seus.


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lula, Dilma e o papel higiênico

FERNANDO DE BARROS E SILVA
Folha de S. Paulo, 27/11/2009

Governo no trono
As imagens do presidente da República e da ministra da Casa Civil nunca antes na história deste país haviam sido usadas para vender papel higiênico. Alguém poderá dizer que a primeira vez a gente nunca esquece...
Parte dos leitores já deve ter conhecimento do enredo da propaganda que começou a ser veiculada pelo rádio: uma voz que imita Lula se põe a elogiar aspectos do PAC. 

Ele passa a palavra a Dilma e estranha sua ausência. A voz dela então ecoa lá do fundo: "Alfreeeeeedo!!!!". Lula retoma a cena e faz o resto do serviço: "Nunca antes na história deste país o povo teve tanta maciez", diz o locutor, entre batatadas.O bordão já é bem conhecido. Na versão original, a peça publicitária tinha a intenção de reforçar o exclusivismo social do consumo: era macio porque era para poucos. Agora, o papel higiênico da madame está ao alcance do povo -é essa a nova mensagem, suave como lixa. Alfredo virou o mordomo da classe C.
Tudo isso, porém, acaba ficando em segundo plano, ofuscado pela escatologia a que são arrastadas as autoridades da República. A percepção de que há algo ofensivo em relação aos personagens se impõe: Dilma está -vamos dizer assim- "se lixando" para o PAC. Como deixar de fazer associações desse tipo?
É improvável, no entanto, que a propaganda tenha a mão de algum gênio tucano mal intencionado. A explicação aqui parece ser outra. O jornalista Marcio Aith mostrou na segunda-feira que grandes empresas e bancos transformaram o governo e o presidente em garotos-propaganda. Há uma onda ufano-lulista na publicidade brasileira.

Se o PAC foi parar no banheiro e Dilma virou atriz-camelô de produtos delicados para as massas, não é só porque o governo é muito popular. Fazendo piadas, revelando intimidades, dizendo impropriedades, Lula criou um ambiente público que acolhe e estimula esse tipo de abuso vulgar. A avacalhação costuma jogar a seu favor. Desta vez, a liturgia do cargo foi pela privada.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Reinaldo Azevedo

Conheci o texto de Reinaldo Azevedo uns quatro anos atrás, apresentado pelo primo goiano Zé Augusto, um fã incondicional do cara. Na época ele tinha um blog bem underground, mas já mostrava suas posições controversas numa linguagem bem ácida. Hoje, bem mainstream, tem o seu blog dentro do portal de “Veja”. Continua um direitista extremo bem conservador, mas não posso negar que Azevedo tem uma inteligência e um senso de humor dos mais refinados. Mesmo discordando de muito do seu conteúdo, a embalagem da sua lavra inspira e faz rir. Por vezes ele é tão radical que parece cômico. Nesta semana ele deu uma entrevista bacana ao Jô. Vale assistir. Eu, particularmente, gostei muito das suas argumentações sobre a visita do Ahmadinejad e sobre a reforma ortográfica. Taí, em 3 blocos, capturados do YouTube:









segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Frouxidão ideológica






Novembro de 2003, em visita à paupérrima Namíbia, Lula soltou uma das suas e provocou constrangimento na comitiva brasileira e nos anfitriões: "Quem chega a Windhoek [capital da Namíbia] não parece que está em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas arquitetonicamente e tem um povo tão extraordinário como tem essa cidade".
Uma gafe, sim, mas, como várias outros do boquirroto presidente, sem maiores conseqüências para a política externa do Brasil.
Nesta semana, ao receber o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, Lula perpetra talvez o ato de política externa mais desastroso das últimas décadas.
O estouvado político iraniano foi reeleito há pouco à Presidência de seu país num pleito totalmente fraudulento e amplamente rejeitado pela comunidade internacional. A “democracia” de Teerã até hoje reprime com brutalidade os revoltosos que insistem em não compactuar com o sórdido processo eleitoral. E a repressão vem com o pedigree das ditaduras mais sangrentas: prisões, torturas, julgamentos sumários e mais uma cascata de absurdos totalitários.
O presidente iraniano é o mais famigerado negador de uma das maiores barbáries da humanidade. Em qualquer palanque o imbecil não reconhece o Holocausto, o aniquilamento cruel de milhões de seres humanos apenas por serem judeus.
Repito, aqui, o já dito sobre a recorrência de Lula em, sob o pretexto de não se intrometer em assuntos internos de uma nação soberana, não condenar publicamente a pseudo-democracia do seu amiguinho Hugo Chávez: direitos humanos, liberdade de imprensa e democracia são valores universais e, respeitá-los, independe do governante de plantão. Quem não critica, é omisso. Fronteiras geográficas e soberania, quando se tratam de valores universais, não são argumentos sólidos para abster-se de manifestações contrárias.
Lula, para ser “o cara”, tenta ser o simpático líder mundial amigo de todos. Para uns, isso é notável exemplo de bom trânsito diplomático. Este blogueiro, e outros palpiteiros mais qualificados e sensatos, acham o irrestrito jogo amistoso lulista uma demonstração inequívoca de frouxidão ideológica. Mais que isso, uma conivência abominável com caudilhos e suas práticas nada recomendáveis.
Encerro a lavra com uma frase de José Serra, na Folha de hoje: “Uma coisa são relações diplomáticas com ditaduras, outra é hospedar em casa os seus chefes”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Macaúbico "milionário"


Professor, blogueiro, twitteiro, músico, astrônomo amador e, agora, “milionário”. Dulcídio Braz Júnior merece crepusculares reverências. O blog dele, Física na Veia!, que está entre os “legais do UOL”, atingiu hoje a marca histórica de 1.000.000 de visitantes.
Parabéns, Dulcídio, este blogueiro em nome da nação macaúbica o parabeniza pelo feito de sete dígitos, numa história virtual rica em aprendizado e novidades.
Sanja se orgulha dos seus!


Atualização a pedidos: “Milionários” atraem pretendentes, e estas querem vê-los rapidinho. Depois das caça-dotes convencionais “Maria Chuteira”, “Maria Batalhão” e “Maria Gasolina”, Dulcídio, “milionário”, fez nascer a figura da “Maria Web”. “Marias”, eis o “noveau riche”: 


O novo blogstar pede passagem. Vai lá, Dulcídio, você tá podendo:
Além de estar nos "legais" do UOL, agora reformatado como "Blogosfera" (http://blog.uol.com.br/), estou aqui, no portal UOL Ciência & Saúde, espaço nobre do portal ao lado de gente de peso na área (http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/blogs/) e em destaque dentro de Ciência (http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ciencia/), o que muito me orgulha! 


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"Seu" Moraes - uma vida de labuta














Abro a caixa de entrada e a companheira Sônia Zerbetto comunica uma nova nada boa: “seu” Moraes, o muito querido e garçom mais antigo do Tekinfin, falecera nesta terça-feira. Nem tenho tempo de assimilar a notícia e Reinaldo Benedetti d’O Município me pede um depoimento sobre ele. Aceito, claro, mas falo muito menos do que ele merecia.
Devo grande parte desta protuberante barriga ao “seu” Moraes. Sempre gentilmente servido por ele, em momentos especiais, comemorações ou simplesmente num happy-hour, confesso ter sorvido alguns hectolitros de chope e devorado algumas toneladas de pizza. No Tekinfin, o bar mais bacana desta província de belos crepúsculos, eu sempre me recordo de momentos de confraternização. E nestes momentos e lugares em que a maior parte das pessoas se divertem, outras trabalham duro. “Seu” Moraes foi um destes, trabalhador, honesto e cheio de êxito na educação dos filhos. O cenário botequeiro de Sanja perde um de seus grandes personagens. Na última vez que o vi, meses atrás, ele, cansado de uma vida de labuta, só trabalhava nos finais de semana e na menos movimentada parte superior do bar. Triste, mas a vida continua. Disse o Luis Nassif em certa crônica: “Uns vão, outros vêm, é o milagre permanente das gerações”.

"Seu" Moraes

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O macaúbico que inspirou Rosana Hermann








De Sampa, meu filho me avisa: “É impressão minha ou a Rosana Hermann copiou a sua Bio no Twitter?” Fui lá conferir e, verdade, a twittstar me copiou!
Tava lá na Bio da Rosana Hermann: (tal coisa) por formação, (tal coisa) por opção e (tal coisa) por diversão. Inflei por ser copiado pela famosa e influente blogueira.
Mas, de leve, na boa, cobrei: “E aí Rosana Hermann, cadê a grana pelo copyright da Bio?” Ela nem tchuns pra mim.
Hoje, abro o perfil dela e a Bio inspirada no macaúbico aqui sumiu (agora a Bio tá assim: “Mestre em física nuclear, aprendiz de terráquea, fuçadora de Twitter”).. Ô Rosana Hermann!, pode usar, mas dê os créditos ao criador. Um parvo, sim, mas criador.
Falando nela, sempre agitada e plugada, recebeu deste blogueiro uma pergunta sobre a sua inquietude: “Você tem pulga na calcinha?” Ela devolveu: “Isso é um elogio?”


Taí o Twitter dela:


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

"O campeão voltou, o campeão voltou..."



Nos anos 90, Milton Neves, com a enxurrada de títulos do time do Morumbi, cunhou a frase que foi adesivada em milhões de veículos Brasil afora: "Torcer para o São Paulo é uma grande moleza". 
Estrutura, bom material humano, gestões competentes há décadas e uma torcida das mais apaixonadas que só faz crescer entre os mais jovens. Tudo isso propicia a longevidade do bordão criado por Milton Neves.
Ontem, 14/11/2009, fui ao Morumbi acompanhar in loco mais uma vitória com domínio inconteste do Tricolor paulista. Se a cariocada não manobrar nos bastidores, o quê já começou com a absurda  perda de mando do último jogo, nos 2 x 0 contra o Vitória arrancamos para o quarto Brasileiro consecutivo.
Sim, começamos mal este Brasileiro, mas nos sprints finais o time se mostra o maior papa-títulos do futebol brasileiro. E, diga-se, títulos relevantes de Brasileiros, Libertadores e Mundiais. Paroquiais torneios estaduais??? Nada disso. Nossa vocação são para conquistas do tamanho do nosso estádio.
E o torcedor, eufórico e passional, grita nas arquibancadas: "O campeão voltou, o campeão voltou..."


domingo, 8 de novembro de 2009

A queda da UNIBAN



Edição muito bem feita por Carlos Cardoso, blogueiro, twitteiro. O cara sabe tudo e mais um pouco. O protesto com humor atinge o propósito de ridicularizar a UNIBAN pela absurda expulsão da aluna.
No blog, não consegui configurar bem a caixa de visualização do YouTube.


Segue abaixo o link direto para o site:
http://www.youtube.com/watch?v=snjPDpDg2Pk

sábado, 7 de novembro de 2009

Lauro Borges, humorista















Depois do encontro em julho no Rio, ele sucumbiu ao talento do gênio macaúbico. Cony lembrou-se das carnavalescas marchinhas de Lauro Borges.


Pé de moleque
Três semanas na China e no Japão não é tempo suficiente sequer para uma impressão, mas para quem, em matéria de oriente, só tinha ido a Niterói (que fica na parte oriental da baía da Guanabara), foi bastante para um certo deslumbramento provinciano, subdesenvolvido.
Não vou deitar a sabedoria que não tenho em matéria de China, como, aliás, não tenho sabedoria nenhuma sobre nenhum outro assunto. Mas, que diabo, não nasci ontem e conheço pelo menos quase todo o mundo ocidental.
Para dizer o menos, a China é um troço. Um Nordeste que deu certo e ameaça dar mais certo ainda. Com a maior população do planeta, crescendo 9% ao ano, adotando um comunismo "light" e um capitalismo de resultados, a China tem tudo para se tornar a superpotência do novo século.
Só um detalhe: a silhueta urbana de Xangai, por exemplo, coloca a silhueta de Nova York, símbolo da arquitetura vertical que substituiu os "cinquièmes" europeus do final do século 19, como uma silhueta datada, século 20. O novo, o surpreendente, é a Xangai, é a Pequim de hoje, não muito longe da Grande Muralha e da Cidade Proibida do milenar passado chinês.
Lembro a marchinha que
Lauro Borges gravou num Carnaval antigo: "Eu já li no leque de um mandarim que pé de moleque já não leva amendoim". É isso aí. Teremos muita coisa a ler no leque dos herdeiros dos velhos mandarins, ensinando-nos coisas novas e contrárias ao nosso cartesiano saber ocidental.
Perdoem o tom deslumbrado da crônica, mas desde criança sou louco por pé de moleque com bastante amendoim. Não custa esperar que algum bem-intencionado me ensine a fazer um pé de moleque sem amendoim.
Estou realmente entrando num mundo novo e inesperado.

CARLOS HEITOR CONY, Folha de S. Paulo, 5 de setembro de 2009


Em verdade, vos digo: clique aqui e descubra um dos maiores humoristas brasileiros do início do século passado

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

1o. Encontro de Macaúbas Twitteiras















Este blogueiro agitou na província crepuscular o 1° Encontro de Macaúbas Twitteiras.
A idéia inicial era realizar o twitt-meeting no Bedrock, mas Claudinho e Beatriz não quiseram assar pizzas nesta segunda de Finados. Mataram o trabalho.
O lugar do plano B, Casarão, acolheu bem os beloca-twitters, e entre pizzas, petiscos e chopes, a conversa foi de mais de 140 milhões de caracteres. Papo eclético, ora internético, ora provinciano, tudo permeado por tiradas inteligentes e com muito humor.
Valeu pelos presentes, sinto pelos ausentes e, no próximo já em gestação, vamos juntar todo mundo.

Gold List First Macaúba Meeting:

O primo Lúcio






































Achei esta foto de outubro de 1979. O primo estava na varanda da casa da tia Anete. O achado me cutucou a republicar um texto sobre o parente, que, à época do retrato, só era dado a traquinagens de criança.

Quem quiser de aprofundar na pesquisa, digite no Google: Lúcio Bolonha Funaro.

A molecada brincava próximo à garagem onde repousava o Fusqueta 1970 da vó Fiuca. Uma rampa separava o carro do passeio público. pelas tantas, mal freado, o miúdo Volkswagen começou mover-se na direção da aprazível Tereziano Vallim. Tragédia anunciada. Assustados e sem reação, os imberbes esperaram pelo pior. O ‘crash’ sinistro não veio.

E não veio pela coragem de um pirralho, o primo Lúcio, que num lance hollywoodiano correu, adentrou no carro em movimento e puxou o freio de mão salvando tudo e todos do desastre.

Coragem, iniciativa, ousadia e raciocínio rápido. O primo Lúcio, ‘tampinha’, teve tudo o que os apalermados mais velhos não tiveram.

Noutra ocasião, a turba ‘dozeanista’ peralteava pela Tereziano e adjacências. Nesta idade, 12, a gurizada não tolera os mais novos. Os fedelhos de oito, nove anos, são alijados das brincadeiras.

E os infantes macaqueavam daqui e dali sofrendo marcação cerrada do primo Lúcio, que insistia em macaquear entre os mais velhos.

Impertinência e obstinação tamanhas que a patota dos pré-adolescentes consentiu a intrusão do insistente Lúcio. O consentimento veio com uma alcunha:

Deixa o Chupetinha brincar. Ele é ‘café-com-leite’.

Não me lembro do autor do apelido infame, acho que foi o Beto Cirto. Devo dizer, entretanto, que ‘Chupetinha’ não tinha, no passado romântico, a conotação lasciva do presente libidinoso.

E por que diabos o escriba vem desenterrar historietas sem graça de um talprimo Lúcio’?!

Perdão, leitores. É quemais de uma década não vejo o primo Lúcio. Recentemente, via grande mídia, tive notícias dele. E me surpreendi. Não tenho tempo nem vontade de apurar a veracidade dos fatos. E, contaminado por parentesco, não faço nem juízo de valor. relato e divido a surpresa com o leitorado.

“O economista Lúcio Bolonha Funaro foi eleito o inimigo número um da CPI dos Correios. É acusado de ter dado um prejuízo de R$ 100 milhões a fundos de pensão, é apontado como o dono oculto da Guaranhuns, empresa que o lobista Marcos Valério teria usado para repassar R$ 7 milhões ao PL, é chamado de doleiro e considerado operador de Ricardo Sérgio, ex-tesoureiro do PSDB.” (Folha de São Paulo, 18/10/2005)

“Os detetives do mensalão estão muito interessados num rapaz de 31 anos, operador do mercado financeiro, patrimônio declarado de R$ 12 milhões. Lúcio Bolonha Funaro, conhecido como um doleiro chique de São Paulo, pode ser o dono secreto da Guaranhuns, empresa de fachada que movimentou milhões de reais do esquema Delúbio Soares-Marcos Valério.” (Revista Época, 3/10/2005)


Permito-me, para concluir, apenas um breve apontamento: operador do mercado financeiro e rico, primo Lúcio, como nas historietas do início do texto, sempre correu riscos e jamais se contentou com o andar de baixo. Para o bem e para o mal.