quarta-feira, 21 de julho de 2010

Crepuscular bem aninhado

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Vereador e prefeito desta Sanja nos anos 70 e 80, hoje o tucano Sidney Beraldo habita em altos ninhos do PSDB paulista.

Depois de iniciar sua trajetória política na província, o macaúbico homem público foi eleito Deputado Estadual por quatro mandatos consecutivos (1994, 1998, 2002 e 2006). No período 2003/2005, presidiu a Assembléia Legislativa bandeirante.

Liderança inconteste no tucanato, Beraldo atendeu José Serra e foi Secretário Estadual de Gestão Pública de 2007 até abril deste ano. Teve uma atuação de destaque na pasta e só abdicou da missão para coordenar a campanha de Geraldo Alckmin ao governo paulista.

A probabilidade de vitória de Alckmin é muito grande. E com a confirmação nas urnas do que sinalizam as pesquisas, o político crepuscular vai ser novamente um dos homens fortes do governo estadual.

Twitteiro, ele atendeu o convite para este bate-bola pelo microblog.

Os tucanos governam o Estado desde 1995 e há a perspectiva de emendar mais dois mandatos. A alternância de poder não seria saudável para o momento?

É importante salientar que o PSDB governa o Estado desde 1995 porque a população tem votado nos sucessivos governos tucanos. O povo aprovou o nosso jeito de governar e por isso somos merecedores da confiança dos cidadãos de São Paulo.

O quê de mais substancial mudou no Estado nesta década e meia de governos tucanos?

Quando Mário Covas assumiu o governo, em 1995, o déficit público herdado da administração anterior era de 89%. Covas adotou os mesmos procedimentos recomendados a empresas em crise: reduziu custos, renegociou contratos e reestruturou a máquina administrativa. Essas medidas foram determinantes para a retomada do crescimento de São Paulo. A partir do ajuste nas contas, o Estado ingressou, aos poucos, num círculo virtuoso sustentado por recursos próprios.

O senhor foi Deputado Estadual por vários mandatos. Qual a importância da região ter um representante na Assembléia Legislativa?

A presença de um representante político junto ao governo estadual é indispensável para o desenvolvimento de uma região. Na nossa região, por exemplo, se fizermos uma comparação veremos o quanto progredimos nos últimos 16 anos. Não havia estradas duplicadas, poucas cidades dispunham de saneamento básico, dependíamos de outras regiões para resolver demandas de saúde, tínhamos um déficit alto de moradias populares. Outro dia fiz a soma dos recursos investidos pelos governos de Mario Covas, Geraldo Alckmin e Serra nos 16 municípios da região: foram R$ 2,5 bilhões. Tudo o que conquistamos foi em parceria com prefeitos, vereadores e setores organizados da sociedade civil.

O senhor trabalhou muito próximo ao Serra na Secretaria de Gestão. O quê o senhor mais admira nele como homem público?

Ser secretário do Serra foi a experiência mais desafiadora da minha vida pública. Já o conhecia há muitos anos, desde a época em que ele era secretário de Planejamento do Franco Montoro e eu prefeito de São João da Boa Vista. O que mais me chamou a atenção na convivência com o Serra é a sua incrível capacidade de trabalho e a sua obstinação. É um estadista, um homem de visão.

Nos últimos meses o senhor virou um twitteiro. Está gostando das redes sociais ou só as usa por necessidade política?

Entrei no Twitter porque entendo que os detentores de cargos públicos devem satisfação à sociedade. Pode ser até que não faça uso adequado, como recomendam os especialistas em redes sociais, mas encontrei um meio eficaz de interagir com aqueles que confiam em mim e acompanham o meu trabalho. Ainda não sou um “craque” como você, mas espero chegar lá.

O quê a região de São João mais precisa nesta segunda década do novo século? E como fazer?

Precisamos investir pesado em educação para o emprego. Dar oportunidade aos jovens, abrir novas escolas técnicas, continuar lutando pela instalação de uma universidade pública. Conseguimos ampliar o número de vagas no ensino profissionalizante na região, instalando a Fatec em Mococa, e ETECs em Aguaí, Casa Branca, Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo. Também viabilizamos em São João o Instituto Federal de Educação, que começou como Cepro e hoje oferece cursos para formação de técnicos e tecnólogos. Precisamos ampliar nossos distritos e parques industriais para atrair empregos de qualidade para a nova geração.

 

Links para contatar e interagir com Beraldo:

http://www.deputadoberaldo.com.br/default.asp

http://twitter.com/sidney_beraldo

domingo, 18 de julho de 2010

Abiscoitamentos

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Internautas, abiscoitei mais uma! Abiscoitei uma história e fui abiscoitado por celebridades da província.

Amigos e a meia dúzia de leitores desta tribuna internética sabem do apreço do blogueiro por incursões gastronômicas. Descobrir novos sabores e revisitar os clássicos são algumas das razões da minha insignificante existência. E não é que nesse fim de semana revisitei um clássico de padaria num estilo pra lá de inusitado.

Pocinhos do Rio Verde é um vilarejo quase rural da urbe mineira Caldas. O sossego do lugar só é quebrado nos finais de semana do mês de julho. Sua acolhedora plebe reverencia no inverno o seu orgulho, o seu patrimônio histórico e cultural imaterial: o Biscoito. Isso mesmo, o BISCOITO. Sim, repito, o filho mais ilustre do polvilho.

Procurei um retiro pra namorar pelos 21 anos de casamento e fui abiscoitado por uma das maiores efemérides do Sul das Gerais: A Festa do Biscoito.

No galpão da biscoitança, dezenas de fornos de barro acolhem a massa da iguaria em brasas que, mais do que assar, aconchegam o ambiente nessa estação gelada.

E o quitute que sai das milagrosas mãos das comadres mineiras é servido de maneira insólita: recheado. Com pernil, com frango, com goiabada, com doce-de-leite. O melhor deles, no reles palpite deste glutão, é o de calabresa com vinagrete da barraca da Cidinha, uma das grandes estrelas da festa.

A Cidinha se tornou uma popstar nas montanhas das Gerais depois de abiscoitar o paladar dos telespectadores da Ana Maria Braga. Clique aqui e assista.

E, barriga abiscoitada, pude botar atenção no músico camaleônico que soltava a voz no palco. É o Paulinho Veronezi, de Alfenas, que abiscoita a mineirada com o show “Paulinho Veronezi in Concert”. Se tem biscoito pra todos os gostos, o moço canta pra todos os ouvidos: Frank Sinatra, Beto Guedes, Secos & Molhados, Supertramp e por aí vai o ecletismo.

Num fim de semana que prometia ser muito tranquilo fora do meu quarto, fui sacudido pela arte em polvilho da Cidinha e pela salada musical do Paulinho Veronezi. In Concert, diga-se, In Concert.

40 anos e uma penitência nesse domingo que termina: como pude viver até aqui sem conhecer o biscoito da Cidinha e sem a sonoridade do Veronezi?

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domingo, 4 de julho de 2010

Valeu, Dunga!

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A Globo, quando quer, faz bom jornalismo. Na Twittosfera, Marcos Uchôa foi muito atacado por essa matéria do Esporte Espetacular de hoje, que, a meu ver, contém uma análise perfeita da Seleção Brasileira.

A matéria, crítica como tem que ser, foi feita para cutucar Dunga? Muito provavelmente, sim. Se fosse um treinador chapa-branca que bajula e é bajulado pelos globais, a crítica não viria. Ou, se viesse, seria em indolores tons pastéis.

Se a postura de Dunga irritou a Globo e a fez praticar não mais que a sua obrigação, não me furto em agradecer: Valeu, Dunga!

Clique aqui e assista.