domingo, 27 de fevereiro de 2011

Macaúba enlatada

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Desta vez cheguei na capital portenha com o propósito resoluto de ver o Boca na Bombonera. Pela manhã descubro na calle Florida que ingressos para o setor dos boquenses já estão vendidos para a temporada toda. O jeito é ir para a porta da mítica cancha e tentar comprar de cambista as entradas para a área dos visitantes. O visitante, no caso, é o time do All Boys, que é novo na primeira divisão do futebol argentino. O time do bairro portenho de Floresta tem uma pequena mas fanática torcida.

Sem precisar andar muito, um cambista me aborda e oferece bilhetes por 150 pesos (o preço oficial era 40 pesos). Uma pechinchada e por 240 pesos garanto dois ingressos.

Desconfiado do milongueiro que me vendeu, pergunto a um guarda sobre a autenticidade das entradas. O oficial, um Gardelón dramático, diz que eu fui ludibriado com bilhetes falsos. Mesmo assim ele recomenda aguardar a abertura dos portões.

Catracas liberadas pela tarja magnética, alívio!, absolvem o homem dos bilhetes e condenam o canastrão de farda. Quatrocentos mil degraus separam a rua das arquibancadas visitantes. Suarento ao chegar perto das nuvens, senti o sacrifício físico de um pagador de promessas. A secura era tanta que paguei 12 pesos por menos de 300ml de Coca-Cola. Bebi a gaseosa em 10 segundos.

Imaginei que assistiria ao jogo na companhia de meia dúzia de torcedores do All Boys. Engano. Fui ludibriado pelo meu achismo. O bairro inteiro de Floresta foi ao estádio e, num “conforto enlatado”, ficamos mais de 90 minutos em pé escutando os impropérios espanhóis entoados pela hinchada visitante. “Cancha de mierda”, “Não-sei-que-lá de tu madre”…

No meio dos apoiadores do All Boys, vestimos a camisa e vibramos (e xingamos) muito com eles, eufóricos por resistir à pressão do poderoso Boca num 0 x 0 heróico.

E heróico foi presenciar o meu primeiro cotejo na Bombonera. Experiência única pra quem ama o futebol.

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Plástico prático e comida boa

visa master card
Tenho razões profissionais para defender o uso do dinheiro de plástico. É fato. Mas lavro este post apenas como consumidor.
São duas casas que vendem comida, que têm uma clientela A-B consolidada, produzem os seus acepipes com uma qualidade indiscutível, têm equipes muito boas no atendimento de balcão, MAS, PORÉM, ENTRETANTO, CONTUDO, TODAVIA, relutam bravamente em oferecer à freguesia a comodidade do pagamento via cartões de débito/crédito. Estava ontem em uma destas casas com alguns trocados e muitos cartões no bolso. Usei o parco cash para pagar o pãozinho francês e fui a um supermercado gastar quatro vezes mais em bebidas e frios. Pela facilidade, poderia ter comprado tudo num lugar só.
Nas transações com cartões, os encargos cobrados pelas administradoras (% sobre a venda e aluguel do equipamento) são facilmente cobertos pelo aumento nas vendas propiciado pela oferta do pagamento eletrônico. Em qualquer ramo de atividade, o portador de um cartão de débito/crédito compra por impulso. Se o ramo é alimentício, quadriplique a incidência destes impulsos consumistas.
Pela categoria/qualidade das duas casas, nunca vou deixar de comprar, mas ficaria imensamente feliz se o José Alberto da PANIFICADORA CASTELO e o Marcos da ROTISSERIA KUKA FRESKA oferecessem à sua qualificada clientela a opção de pagamento que mais cresce nos dias de hoje.
A glutonaria de Sanja vai comprar agradecida.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Morde a assopra

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Dissabores e sabores de uma vida online e das relações de consumo decorrentes. Noite de ontem e liguei para o *8486 da Vivo para cancelar uma linha de dados que estava em completo desuso. Ao teclar a opção "cancelamento" no pré-atendimento eletrônico, esperei mais de 40 minutos para ser atendido, repito, QUARENTA MINUTOS. Depois da absurda espera, uma ligação ruim do cão e desculpas de "sistema inoperante" me levaram a cornetear sobre o ordinário atendimento no Twitter. Em poucos minutos recebo uma DM (direct message) da @Vivoemrede me sugerindo um SMS para o número 1058. Disparo o torpedo e em poucos SEGUNDOS se estabelece um chat-SMS com uma atendente da empresa. Depois de uma confirmação rápida de dados, em menos de cinco minutos no chat-SMS recebo o número do protocolo do cancelamento. Rápido, clean, civilizado, eficiente. A rápida solução via mensagem de texto redimiu a empresa pelo péssimo atendimento de voz. Pela cobertura 3G, pela qualidade do sinal e, mesmo com as pontuais falhas, pelo atendimento ao cliente, sou VIVO.