Na arte ele me chama de amigo. Não era, infelizmente. Era amigo do amigo e parceiro de trabalho Bernardino Galhardi.
Nas eleições municipais de 1988, Bernardino candidatou-se para o Legislativo de Sanja. Para dar um gás na campanha, ele foi até Sampa procurar o chapa Glauco para que o artista criasse umas charges-santinho. Quando este blogueiro, que então tinha 18 anos, soube do encontro com o cartunista que idolatrava desde que viu as primeiras tiras na Folha, morreu de inveja e implorou: “Pô, Dino, seu veado, pede para o Glauco rabiscar alguma coisa exclusiva pra mim”.
Pós-graduados nos prazeres botequeiros, os dois se encontraram numa bodega qualquer da Paulicéia. E foi na mesa do muquifo, entre muitos copos envenenados, que o gênio do humor e pai do Geraldão lavrou a imagem que ilustra este post. E o cartum tem um quê da alma burlesca do Glauco: foi gravado num papel que embalava maços do cigarro Galaxy.
Puta orgulho! Baita tesouro!
Acabei de ver uma homenagem a Glauco Vilas Boas de um cartunista no UOL. Na porta do céu, São Pedro vê o Geraldão chegando e dispara: “Puta que pariu, escondam os querubins!”.
2 comentários:
Invejo-o muito, caro amigo macaúbo-twitteiro. Sempre adorei o politicamente incorreto Geraldão.
O Glauco vai fazer uma pusta falta... :-(
A tira do Glauco era a primeira coisa que eu - e centenas de milhares de leitores - fazíamos ao receber a Folha. Guarde com carinho sua relíquia, meu caro escriba. Um macaúbico abraço pra você!
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