quinta-feira, 2 de junho de 2016

Bom di+ Bistrô, by Lu & Edu

Risoto de camarão
Eu de novo com São João e comida. Sanjoanenses e gastronomia da melhor qualidade no gelo quase suíço das montanhas mineiras. Queijos e temperaturas baixas ligam os Alpes helvéticos às Gerais brasucas.

No nosso périplo anual a Monte Verde, sempre em maio, fomos conhecer este ano a casa de repastos do Edu Luciano e da Lu Almeida: Bom di+ Bistrô. O casal macaúbico labuta há mais de sete anos no cume que eles escalaram para ganhar a vida. E vão indo bem...

         Luciane Lopes de Almeida conheceu Monte Verde em 2004, convidada por uma amiga dona de pousada. Pelejando com massagem e acupuntura, Lu passou a subir a serra todo final de semana para atender os hóspedes da Villa D’Amore, uma das estalagens mais sofisticadas do distrito. Com tantas idas, se apaixonou pelo charme das alturas.

Vontade de se bandear definitivamente para lá ela tinha. Muita. A briga para mudar seria com o marido —José Eduardo Luciano—, inimigo do frio e das estradas ruins. Chegar a Monte Verde já foi um lance épico, tal era a buraqueira na via serrana.

Músico talentoso e diletante, Edu tem também o DNA dos bons cozinheiros. Convencido pela mulher, o seu projeto teria o fogão como companheiro de jornada.

E assim foi. Arriscando, inventando, aprendendo, caindo e levantando. O batismo foi um delivery em que as quentinhas saíam do próprio lar do casal. A coisa cresceu e no novo ponto veio uma rotisseria. A aceitação do tempero pelos clientes, a gana de prosperar e a afinidade cada vez maior do Edu com as panelas fizeram nascer o restaurante. Primeiro se estabeleceram deslocados do bochicho. Hoje, depois de muito esperar, servem filé no filé do lugarejo: a Avenida.

Na muvuca turística do centrinho, eles ofertam, num recanto aconchegante, um cardápio eclético concebido pelo chef Luciano. Caldos, trutas, risotos, carnes, massas, fondue... Agrada israelenses, hindus, orientais, texanos e árabes. Agrada sobretudo os gordos e hedonistas de qualquer etnia.

Faço meus vivas aos conterrâneos com o paladar harmonioso de um inusitado e arrebatador risoto mineiro, criado pelo chef para o Festival Gastronômico de Monte Verde. Numa incrível cestinha de parmesão gratinado: arroz, paio e couve. Na escolta, fodaço!, queijo de coalho.

É Minas, gente, tem queijo sob, sobre e ladeando.

11º, tem frio e névoa lá fora. Tem nordestinos muitos na equipe do restaurante. Tem o Edu e a Lu cozinhando bem além dos Crepúsculos. Tem essa gente exilada que orgulhosamente ostenta seu valor!

Eu entre a Lu e o Edu


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