quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Peixotinho, Macaúba e Dona Lindona 005

Sobre o último post.

Dado a invencionices e maionésicas viagens, desta vez o blogueiro usou personagens e histórias reais. Esclarecendo meia dúzia de questões sobre suspeição de ficção, nomeio os bois que gentilmente colaboraram com o texto:

  • Sílvia Ferrante, cantora, fotógrafa e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista;
  • João Sibin Jr., empresário (Emigran), cronista e fotógrafo;
  • Eliza Gregio, escritora, poeta, radicada há poucos meses em São João;
  • Ana Cláudia Santos, empresária (Art Ervas) e ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista;
  • Paulo, da cidade de Sumaré não citou no e-mail seu sobrenome e referências profissionais.

E depois do texto finalizado, recebi do colega de Academia João Otávio Bastos Junqueira o belo relato que segue:

Já saí e voltei de São João inúmeras vezes e pelos mais diversos motivos.

Estudei fora, trabalhei fora, viajei muito, etc etc. Mas um retorno me marcou muito.

Estávamos, eu e cinco mulheres (esposa, 3 filhas e sobrinha) em viagem, quase chegando a Ribeirão Cascalheira, cidade no nordeste do Mato Grosso, a cerca de 2000 km daqui. Era manhã de sábado no Carnaval de 2005.

Uma estrada deserta no meio do nada e um enorme buraco, uma cratera. Um motorista prudente, mas distraído no momento, pneu estourado e carro capotando no asfalto quente. Uma cena feia, apavorante.

Socorrido, acudidos no hospital mais próximo, noves fora e só uma luxação de clavícula e uns pequenos cortes no motorista. As mulheres, nem um arranhão. Quase um milagre para quem viu o carro que o seguro deu perda total.

Viagem interrompida e planos abortados. Vamos voltar para casa.

O seguro providencia dois carros para levar toda a matula até Cuiabá o aeroporto mais próximo (próximo? 650 km de estrada muito ruim).

Na saída, cerca de 100 km, o carro que levava minha esposa e duas filhas literalmente pega fogo que foi controlado. Abandonamos motorista e carro e juntamos tudo (conteúdo de uma caminhonete cabine dupla) agora em um Gol.

Viagem que nunca acabava. Chegamos em cima da hora para o vôo. Inúmeras conexões depois e chegamos a SP. Outro carro esperando para trazer-nos a São João. Chegamos de madrugada.

A visão da cidade iluminada vista do morro de acesso à fazenda Barreiro (morro imediatamente antes do pedágio no sentido SP - São João) me emocionou.

Naquele momento dei sentido a tanta coisa em minha vida e a visão de minha cidade, na presença de minha família e naquele contexto foi uma cena inesquecível.

Linda e marcante!

É isso.

2 comentários:

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Mais um belo relato de incurável dependência macaúbico-belóquida. Despertou neste desterrado a sede da água do Jaguari. Abraços joaquinjosélicos.

Silvia Ferrante disse...

O Lima contou que, aos vinte anos precisava ir para São Paulo todo começo de noite de domingo para trabalhar na segunda.
O ônibus naquela época, passava pela Praça Joaquim José, onde o pessoal se reunia para as paqueras e passeios.
Ele ia muito triste embora, pois queria mesmo era poder ficar por aqui.
Quando algum tempo depois, conseguiu voltar para Sanja, no primeiro domingo,
fez questão de ir até a antiga rodoviária, e ver o ônibus partir sem ele.
Foi uma grande emoção não precisar mais ir embora.

Beijo
SF