sexta-feira, 6 de maio de 2011

Espinho na goela

espinho de peixe

O sábado prometia. Manhã de compras e perambulagem na Dona Gertrudes. Um lauto almoço precedeu —e provocou— o necessário cochilo pós-repasto.

Desperto com uma baita vontade de chupar mexerica. Sem a fruta nos meus domínios, apelo e vou para o sofá com a rapa de um pote de sorvete que há semanas hibernava no freezer.

O speaker do SporTV já estava na telinha mostrando um Morumbi cheio a espera do cotejo Tricolor X Santos. O jogo sabático qualificaria o primeiro finalista do Paulistão (Paulistinha, para mim e para muitos) 2011.

O jogo começa e aí... bem, e aí Ganso e Neymar enchem a minha garganta de espinho de Peixe.

Depois de uma primeira etapa em que o São Paulo errou arremates aos borbotões, o Santos voltou com seus astros divinamente (pensei em grafar “diabolicamente”, mas recuei) inspirados. A dupla infernal (pensei em grafar “celestial”, mas recuei) desequilibrou. Eles são do Bem ou do Mal?

E o destaque aconteceu com a participação estelar de Muricy Ramalho, que ousou ao botar um terceiro zagueiro no lugar do centroavante. Essa troca, inusitada e genial, liberou o tráfego letal dos laterais nas marginais do gramado. O primeiro tento que veio da cabeça de Elano depois de uma jogada bem trabalhada não vai ser tão lembrado como o segundo. Neste, um lançamento primoroso de PH Ganso colocou Neymar na cara de Rogério 100 Ceni. Sem ângulo para a finalização, o moleque moicano serviu Ganso que, entrando na grande área, disparou um petardo seco e certeiro. Golaço!

Golaço de um time que encanta e provoca aplausos até dos oponentes. E vai encantar mais ainda depois que levantar o caneco paulista em cima dos maloqueiros da Fiel. Em cima do Corinthians dos gordos pré-aposentadoria e do boquirroto Andres Sanchez, sou peixeiro da Vila desde criancinha.

 

Lamento

bola-de-basquete

Em julho de 2007, escrevi no rodapé de uma crônica uma nota que merece replay, não pelo autor parvo, mas pelo conteúdo que chama a atenção para uma triste realidade que ainda perdura em Sanja.

"Russos e libaneses polemizam nas páginas d’O Municipio sobre o ‘bola ao cesto’ na Esportiva. Falta-me tempo e competência para apurar quem está com a razão.

Mas não posso me omitir. Desde o Palmeirinha dos anos 70/80 eu não vibrava tanto com um escrete crepuscular. Ter um time competitivo num certame de projeção nacional é fundamental para a identidade da cidade. E é mais importante ainda para a molecada, que recebe altas doses de estímulo para a prática esportiva. E tanto melhor se esse time tiver, por menor que seja, um vínculo com um clube tradicional. Ganha o clube, ganha o time, ganha o esporte, ganha a cidade."

2 comentários:

Jasson de Oliveira Andrade disse...

LAURO: Agora também sou peixe desde criancinha. E o vexame do verdão? O nosso time não está essas coisas, mas espero que contra o Avaí não dê vexames! Abraço são-paulino, JASSON

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Meu caro escriba donagertrúdico,

Das lides esportivas, só entendo mesmo alguma coisa da minha boa e velha bicicleta ergométrica, sobre a qual me debruço seis vezes por semana. De qq forma, faço votos que o espinho do peixe desça sem escalas por sua sânjica goela, para gáudio deste fã dos seus posts.
Abraços macaúbicos.