O sábado prometia. Manhã de compras e perambulagem na Dona Gertrudes. Um lauto almoço precedeu —e provocou— o necessário cochilo pós-repasto.
Desperto com uma baita vontade de chupar mexerica. Sem a fruta nos meus domínios, apelo e vou para o sofá com a rapa de um pote de sorvete que há semanas hibernava no freezer.
O speaker do SporTV já estava na telinha mostrando um Morumbi cheio a espera do cotejo Tricolor X Santos. O jogo sabático qualificaria o primeiro finalista do Paulistão (Paulistinha, para mim e para muitos) 2011.
O jogo começa e aí... bem, e aí Ganso e Neymar enchem a minha garganta de espinho de Peixe.
Depois de uma primeira etapa em que o São Paulo errou arremates aos borbotões, o Santos voltou com seus astros divinamente (pensei em grafar “diabolicamente”, mas recuei) inspirados. A dupla infernal (pensei em grafar “celestial”, mas recuei) desequilibrou. Eles são do Bem ou do Mal?
E o destaque aconteceu com a participação estelar de Muricy Ramalho, que ousou ao botar um terceiro zagueiro no lugar do centroavante. Essa troca, inusitada e genial, liberou o tráfego letal dos laterais nas marginais do gramado. O primeiro tento que veio da cabeça de Elano depois de uma jogada bem trabalhada não vai ser tão lembrado como o segundo. Neste, um lançamento primoroso de PH Ganso colocou Neymar na cara de Rogério 100 Ceni. Sem ângulo para a finalização, o moleque moicano serviu Ganso que, entrando na grande área, disparou um petardo seco e certeiro. Golaço!
Golaço de um time que encanta e provoca aplausos até dos oponentes. E vai encantar mais ainda depois que levantar o caneco paulista em cima dos maloqueiros da Fiel. Em cima do Corinthians dos gordos pré-aposentadoria e do boquirroto Andres Sanchez, sou peixeiro da Vila desde criancinha.
Lamento
Em julho de 2007, escrevi no rodapé de uma crônica uma nota que merece replay, não pelo autor parvo, mas pelo conteúdo que chama a atenção para uma triste realidade que ainda perdura em Sanja.
"Russos e libaneses polemizam nas páginas d’O Municipio sobre o ‘bola ao cesto’ na Esportiva. Falta-me tempo e competência para apurar quem está com a razão.
Mas não posso me omitir. Desde o Palmeirinha dos anos 70/80 eu não vibrava tanto com um escrete crepuscular. Ter um time competitivo num certame de projeção nacional é fundamental para a identidade da cidade. E é mais importante ainda para a molecada, que recebe altas doses de estímulo para a prática esportiva. E tanto melhor se esse time tiver, por menor que seja, um vínculo com um clube tradicional. Ganha o clube, ganha o time, ganha o esporte, ganha a cidade."
2 comentários:
LAURO: Agora também sou peixe desde criancinha. E o vexame do verdão? O nosso time não está essas coisas, mas espero que contra o Avaí não dê vexames! Abraço são-paulino, JASSON
Meu caro escriba donagertrúdico,
Das lides esportivas, só entendo mesmo alguma coisa da minha boa e velha bicicleta ergométrica, sobre a qual me debruço seis vezes por semana. De qq forma, faço votos que o espinho do peixe desça sem escalas por sua sânjica goela, para gáudio deste fã dos seus posts.
Abraços macaúbicos.
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