quinta-feira, 15 de maio de 2014

Zé, um caipira vencedor

JR e Evelise - NYC

Definitivamente, o personagem destas linhas é um cara que veio ao mundo para ser protagonista.

Março de 1972, no dia 19 o casal Lalo e Beth Noronha celebra o nascimento do segundo filho, batizado como José Ricardo. Nome composto que a vida se encarregou de abreviar entre os queridos: Ricardo, JR ou simplesmente o brasileiríssimo Zé.

O pai, são-paulino fanático, de frequentar os bastidores do Morumbi, legou ao Zé essa paixão pelo Tricolor. A trilha nômade de vendedor —Lalo foi um conhecido corretor de fazendas e equinos— e as temporadas constantes na fervilhante capital paulista sempre fascinaram o menino, que também admirava no genitor sua inabalável retidão de caráter.

A mãe, educadora, mulher de fibra, por conta das viagens profissionais do marido, se desdobrava entre o trabalho, a atenção aos filhos e a administração da casa.

Da infância e adolescência na crepuscular São João da Boa Vista, levou amizades genuínas que ele cultiva até hoje. Levou também uma robusta educação básica dos bancos do Externato Santo Agostinho e do tradicional Grupo Escolar Joaquim José, quando este ainda era notável por um ensino público de excelência.

E levou pra onde? Pra São Paulo, para o Brasil, para o mundo...

Sempre valorizou esse solo macaúbico como um referencial de raízes e memórias afetivas, mas enxergou desde cedo que as oportunidades de ganhar a vida estavam na metrópole. De Sanja pra Sampa.

Na Pauliceia graduou-se em Direito pela PUC. Fez também MBA Executivo Internacional pela FIA/USP, além de uma enormidade de módulos internacionais e especializações na França, Inglaterra e Estados Unidos. A academia era importante, mas botar a mão na massa urgia para o jovem sanjoanense.

Uma época de planos e dificuldades. Empregos incertos que não emplacavam. Uma época em que fisgou na Grande São João das origens o coração da pratense Evelise Moreti. O casamento em 1999 juntou eternamente as escovas de dente.

Primeira metade dos anos 2000, junto a um pequeno time de cinco pessoas, participou do inicio das operações da EnglishTown no Brasil. Era a chegada pioneira do conceito de Inglês Online ao país.

Dedicado na labuta, estudioso e dono de um raro senso de marketing pessoal, recebeu em 2004 o convite para ser vendedor na GlobalEnglish. Conquistou, com o passar dos anos, o posto de Diretor Geral no Brasil, multiplicando por sessenta —60!— o faturamento da subsidiária brasileira e colocando-a como a maior unidade da empresa no mundo, com mais de 23.000 alunos. Em razão de prêmios por produtividade, seminários e treinamentos, conheceu o planeta em dezenas de eventos da corporação.

Há cerca de dois anos, o maior conglomerado de educação mundial, o selo Pearson, comprou a GlobalEnglish. Almejando um crescimento ainda maior, os novos controladores continuaram depositando em JR Noronha absoluta confiança nas suas competências de líder e vendedor. O caminho natural para ele seria o mais alto cargo de gestão do grupo na América Latina.

Seria, mas não foi. Zé abriu mão de ganhos nada desprezíveis, de uma carreira consolidada e de uma promoção iminente. Pediu o desligamento da companhia para realizar um sonho.

O sonho de ser um palestrante profissional. O sonho de disseminar experiências de vida e de uma trajetória de sucesso para desenvolver nas organizações forças de vendas e formar dirigentes-líderes.

Obstinado e organizado, escreveu livros —Vendedores Vencedores foi o primeiro—, criou um site e perfis nas redes sociais, sacou sua network formada em mais de uma década e foi a campo oferecer sua envolvente oratória.

Foi, falou, vendeu, palestrou e venceu.

Sua promissora labuta de conferencista já angariou como clientes, entre outros, Alphaville, Banco do Brasil, Bradesco, Brasil Foods, Caixa, Gafisa, Natura, Perdigão, PizzaHut, Sadia, Starbucks…

Os alunos dos prestigiados MBAs Internacionais da FIA também bebem ao vivo a retórica rica de JR. Ele leciona lá.

Cosmopolita e bem sucedido, leva a esposa para uma lua de mel anual na Big Apple. Pai da Maria Eugênia e da Ana Cecília, suas fontes de inspiração, ele mora muito bem com a família num condomínio na Grande São Paulo.

Orgulhoso da caipirice do torrão natal, quando aterrissa em Sanja, não dispensa uma cerveja com petiscos de boteco, proseando solto junto aos amigos de décadas que tanto preza.

Arremato com um autoplágio. Fui um dos honrados a prefaciar o primeiro livro do Zé. Assim lavrei:

“Bairrista incorrigível, sou destes que se orgulham dos amigos que saem da província e vencem na metrópole. José Ricardo Noronha é um vencedor. Vencedor porque é um profissional de referência na área de vendas. Vencedor porque é um pai de família exemplar. Vencedor porque valoriza suas raízes. Vencedor porque não esconde suas emoções. Lê-lo e ouvi-lo é essencial pra quem quer vender e vencer”.

É, Zé, esse mundão é ‘véio’, surpreendente e não tem porteira!

3 comentários:

Maria Célia Marcondes disse...

Adorei! Parabéns ao autor e ao ator de tantas proezas

MCélia

Stefani Costa disse...

Lauro, satisfação ler esse texto.
Também tenho uma vontade particular de quando for mais velha - poder palestrar por aí.

Concordo contigo quando diz "bairrista incorrigível". Às vezes sou assim com São João, como se eu quisesse muito sair da bolha, mas sem perder totalmente a transparência que ela me traz.

Continue a nos escrever.

Stefani.

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Fantástica saga e bela homenagem do amigo escriba. Saudações guiomarnováticas a ambos!