sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

“Impitimam”

lula dilma

A moça, ardida, chega na rede social toda voluntariosa. Incapaz de argumentar com mais de quinze palavras, ele desce o tacape do insulto em quem lhe contraria.

"Desonesto, ignorante em História, parvo em política, arrebanhador de incautos, escritor de asneiras e incapaz de interpretar um texto". O lombo arde e minha gaveta de adjetivos vai enchendo.

Assumo minha idiotice patológica, mas aponto que já fui alvejado com acusações mais criativas. E falando em imbecilidades, vou justificar meu “golpismo” incurável.

O impeachment é da regra do jogo democrático. Assim como uma eleição, é um julgamento político. Só que este último é decidido pelo Parlamento.

E lembrando 1992, Collor de Mello foi "impichado" pelo Parlamento com amplo apoio das ruas. Digo mais: o Parlamento decidiu pressionado pelas ruas.

Na oposição de antanho, sem o confortável abrigo do Estado de hoje, o lulopetismo lutava com as armas que tinha, quais sejam: movimentos sociais, sindicatos e imprensa. Mídia cujos jornalistas eram fartamente abastecidos por fontes do partido. Mesmo a revista Veja, antipetista no DNA, fazia suas capas com várias denúncias oriundas do PT. Contra o governo Collor, Veja e o PT atiravam num alvo comum.

Também o Congresso e as esquinas, eram legitimamente insuflados pelas cornetas potentes do PT. Dias de estilingue, dias de vidraça...

Para os estilingues, a imprensa é combativa, para as vidraças, ela é golpista, para a democracia, ela é necessária.

No momento atual, a popularidade baixíssima do governo Dilma decorre da sucessão de escândalos de corrupção na maior empresa brasileira. Existem fundamentos políticos e jurídicos mais do que relevantes para o pedido de impedimento da Presidente, mas que, como dito acima, essa intenção só pode prosperar se o indicado nas pesquisas se refletir também nas ruas do país.

A oposição e setores diversos da sociedade civil questionam, LEGITIMAMENTE, sobre a capacidade de Dilma Rousseff exercer a Presidência da República.

Queremos um Executivo que administre ou que esteja despejando sua energia em estratégias para se defender das cataratas de denúncias?

Este acirramento do debate, o calor, é bom para a democracia. Faz a gente pensar, ver as coisas por outros ângulos. E mesmo exageros que focam mais as pessoas e menos o país são inevitáveis efeitos colaterais nas contendas de opiniões.

Seria estimulante, e até divertido, embarcar numa guerrinha de palavras contra quem me adjetiva, mas acho perda de tempo e perda de foco nos assuntos que realmente interessam à nação.

Em tempo: a barulhentinha black bloc mencionada no primeiro parágrafo bateu e incendiou. Xingou que deu gosto. Caos instalado, ela faz um ar blasé, carimba um “fraquinho” no conteúdo do debate, recolhe seus petardos e vai causar em outra freguesia.

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