sexta-feira, 25 de agosto de 2017

No ataque

O baixinho Romário assombrou o mundo em 1994. Craque, goleador com um raro senso de colocação, ele foi o maior responsável pelo tetracampeonato da Seleção Brasileira na Copa dos Estados Unidos. Num time cinza e triste, Romário era cor e alegria.

O estrelato dele naquele ano fez pipocar Romários às dúzias Brasil afora. Um destes, filho de um trabalhador rural e de uma costureira, nasceu em São João da Boa Vista. Romário Augusto Pan, o filho do seu Antônio e da dona Sueli.

A mãe, diga-se, até entendeu a fut-inspiração do marido para batizar o menino, mas demorou a aceitar a ideia do nome Romário num bebê. 

Fã da Turma da Mônica, ele cresceu cheio de saúde na periférica Vila Brasil, entre gibis, chuteiras, tacos e bicicleta.

Como o de lá, nosso Romário também faz arte e balança as redes.

Foi pra cima da zaga aos 13 anos, quando começou a pelejar com o pai na lavoura.
Driblou as carências ralando na loja de material de construção do padrinho.
Matou no peito ao conquistar, por mérito, uma bolsa de estudos para cursar o ensino médio numa escola particular.
Arrancou da intermediária labutando na Isabela Flores, uma das mais inovadoras corporações de vendas online do país.
Meteu a bola na gaveta ao receber o diploma de Administração de Empresas pela UniFEOB.

Perto da zona do agrião, Romário estava com fome de empreender estimulado pelos frescos conceitos absorvidos na faculdade. 

Quicou na área, ele chutou pro gol. Seu último grande feito foi fundar a hamburgueria Big Johny em maio de 2016. No Centro de São João, a poucos metros da lendária Ademar de Barros, Romário evocou a pilotagem de chapa que fazia para os amigos para servir fantásticos hambúrgueres artesanais —o blend da carne é autoral e o pão é da Fornarii— a uma torcida sempre fanática por novidades.

Dizem os comentaristas que o primeiro gol de placa ainda será anotado. Romário, ele mesmo, narra a jogada nupcial vindoura: “Imprensa e torcedores, fico muito feliz, reconhecem a seriedade do nosso trabalho. Sem descuidar do que eu alcancei, o meu objetivo agora vai um pouco além. Vou treinar forte para formar uma dupla de ataque com quem eu quero tabelar para o resto dos meus dias. O planejamento é para 2019. Lá em casa, a Bruna vai escalar, bater escanteio e cabecear”. 

Batendo um bolão, Romário segue na lida selando o pão, montando o burguer e correndo pro abraço. Transformar a Big Johny numa franquia está no plano tático do empresário-artilheiro.

Vai Romário, vai Romário, vai Romário…

3 comentários:

Laerte Lelis disse...

Parabéns pela matéria!!

Anônimo disse...

Mtooo legal...

Cristina Albuquerque disse...

Que ele se recupere rápido para que possa enfrentar muitas outras partidas e marcar o tão sonhado gol de placa!