quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Botecando por acaso


Caminhantes obstinados não se assustam com o grafite nas nuvens. Rasgar as calçadas da urbe é necessário.

Na nossa trilha urbana, o toró veio numa ira própria destes tempos. 

O toldo puído do boteco abriga por poucos minutos. Os furos nele e o vento nos empurram para dentro do estabelecimento. Azulejos encardidos, mobília velha, chão áspero, luz fraca, uma estufa tristemente vazia. 

A senhora sozinha, cheia de dignidade, atende seus fregueses como pode. Aquela fauna humana que, depois do expediente, encontra na prosa de bar um alento para as desventuras da vida. Os homens bebem e falam com o vigor daqueles propulsionados pelo combustível etílico. A energia é boa. 

19h num bairro qualquer desta Sanja: eu e Josi, cabelos molhados e roupas úmidas, no antigo balcão da taberna lotada, sob o ruído da tempestade, sorvendo um litrão de Skol na companhia de copos americanos, amendoim torrado e gente que luta.

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