terça-feira, 20 de setembro de 2016

Habaneras 6 - Hospedagem


O governo cubano autoriza a existência de alguns negócios privados. A hospedagem em domicílios é um destes serviços consentidos pela ditadura castrista.

Influenciado por testemunhos no TripAdvisor e consultas em blogs de viagem, optei por esse tipo de estadia e, ligeiro, escolhi a Casa Particular de Zoe y Victor.

A negociação via e-mail foi rápida e Victor, por 25 CUC (R$ 80,00), enviou um táxi para resgatar-me no aeroporto de Havana.

Não me arrependi da escolha da casa deste simpático casal de químicos aposentados, que fica no térreo de um prédio de 13 andares no bairro Cerro.

Não me arrependi porque a diária —33 CUC ou R$ 110,00— é bem econômica em relação a qualquer hotel razoável da capital cubana. 

Não me arrependi porque as acomodações simples oferecem tudo o que o turista precisa: dormitório com banheiro privativo, ar-condicionado e frigobar. Tudo limpo e organizado. Nenhum luxo, mas uma excepcional relação custo-benefício

O café-da-manhã servido —frutas da estação, omelete, café com leite, pão e manteiga— mantém o vivente bem alimentado até o meio da tarde.

Victor é atencioso para indicar e contraindicar aos hóspedes. Orienta sobre o câmbio, abre mapas para mostrar passeios interessantes, recomenda restaurantes, dá dicas de negociação com taxistas. Alerta para que não caiamos em ciladas —uma muito comum é a oferta de charutos falsificados nas ruas. 

Até a internet que é uma lástima em Cuba, é menos pior no lar de Zoe e Victor. A casa deles fica defronte ao Estádio LatinoAmericano de Beisebol, um dos poucos pontos de Havana que tem wifi público. Público, mas pago. Para navegar há que se comprar por 2 CUC uma tarjeta que dá direito a uma hora de conexão.

Enfim, a experiência cubana fica ainda mais rica e menos impessoal com essa hospedagem no seio de uma família nativa.


Nenhum comentário: